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Uso político da vacina atenta contra a saúde
Data de Publicação: 7 de dezembro de 2020 20:50:00 Em vez de melhorar a vida das pessoas que estão ansiosas e deprimidas por conta da Covid-19,. governo gera esperanças falsas.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Políticos transformam o drama da Covid-19 em palanque político e mais prejudicam que ajudam a população. Não bastasse a ansiedade pela falta de proteção, agora a disputa eleitoral coloca em risco a imunização.
O anúncio do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), de que iniciará a vacinação com a CoronaVac em janeiro, atenta contra a saúde da população. Ele não tem autonomia para fazer esse anúncio e por isso mesmo não pode gerar esperanças falsas na população, que já vive uma ansiedade por conta da vacina.
A primeira de todas as providências é obter a aprovação da CoronaVac na Anvisa, o que não aconteceu ainda e pode não acontecer até o prazo que Dória fixou. Some-se a isso a oposição que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exerce nessa questão e que se intensificará com o anúncio do governador.
Ambos estão preocupados apenas e tão somente com a eleição de 2022, mas a questão aqui é de saúde pública: o que importa é agir no sentido imunizar a população. Isto é fundamental quer se acredite no vírus ou não e o comportamento da população, irritada com essa demora para ser protegida, demonstra isto.
Dória não mede o tamanho dos seus atos: acaba de iniciar uma campanha publicitária para divulgar o Instituto Butantan. Quem precisa acreditar na instituição? Ela tem mais de cem anos. Sua credibilidade não está à prova. É um desperdício investir nessa publicidade. O governo deveria priorizar as verbas que tem.
O pior de tudo do anúncio de que a vacinação começará em janeiro é a informação de que não há necessidade de morar em São Paulo para se vacinar. Ora, então o governo de São Paulo vai resolver o problema do Brasil? Essa atitude demonstra claramente o uso político e deveria ser investigada pelo Ministério Público.
Não se está aqui, em hipótese alguma, contra a vacinação com o uso da CoronaVac. Todas as vacinas são bem-vindas, necessárias e urgentes. O problema é que as coisas precisam andar dentro das regras e é preciso se respeitar o cidadão, que já está sofrendo demais com essa doença e com as consequências dela.
Um bom exemplo que Dória poderia seguir e também o presidente Bolsonaro é melhorar as coisas com base na realidade atual. As pessoas cansaram do vírus e estão se liberando por conta, agindo como se não houvesse pandemia. Jovens irresponsáveis estão levando a doença para idosos e pessoas com comorbidades.
Essa atitude não será refreada agora de forma alguma por conta da época em que vivemos. Depois de um ano terrível tanto pessoal quanto economicamente, não dá para barrar os encontros de Natal e não dá para impedir as vendas do comércio. Esta é a melhor data de vendas do ano em qualquer ano, até mesmo neste.
Se a situação é essa, se as pessoas vão para as compras, se vão se encontrar no Natal, se vão se aglomerar mesmo com o número de contaminados e de mortes crescendo, há que se fazer algo para minimizar tudo isto, algo como a comunicação informar sobre os cuidados ao se fazer uma reunião de família no Natal.
O departamento de saúde britânico está fazendo isto muito bem. Deveria ser seguido pelos nossos governos. Se vai haver o encontro, que seja rápido, com pouca gente, em ambientes externos ou ultra ventilados. Que se use máscara e não se compartilhe a mesma mesa, os mesmos objetos.
A ideia é minimizar os danos e o contágio. Não adianta nada Dória mandar fechar o comércio às 22h. Basta olhar as imagens das tevês mostrando os centros de compra apinhados. Se vão às compras, é melhor ter mais tempo de comércio aberto para evitar as aglomerações, sobretudo em ambientes fechados.
É preciso focar a comunicação institucional para que faça sentido e consiga mobilizar as pessoas. Falar o que está sendo falado hoje é jogar dinheiro no lixo, principalmente porque as medidas de contenção não acontecerão. Os governos contribuem para isso: primeiro foi a eleição e agora o Natal que ninguém barra.
Em vez de gastar dinheiro para falar da credibilidade do Butantan, o governo de São Paulo deveria investir nessa comunicação mais efetiva. Ele e o governo federal deveriam também investir em testes em massa para o rastreamento efetivo de infectados. A pandemia fará um ano e ainda se erra.
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