Não tem nada mais envolvente que o amor entre duas pessoas que se desejam e que se entregam uma a outra.

Você é o deserto, a imensidão

inimaginável,

que engole o homem.

Eu sou o sol abrasador,

o gigante inescapável,

que aquece

cada poro seu.

O nosso encontro é de luz

em meio a dobras secretas,

que se revelam descobertas,

e nessa busca sem trégua

esse encontro varre

toda a energia da superfície

que se move.

Ele estica, exaure, grita,

gruda, amolda, muda.

Esconde o tempo,

cala os sons, enche os olhos.

É renascimento.

E por vezes, repetidas vezes,

tira-nos a consciência

em vazios de respiração,

quando o coração bate mais forte,

bem mais forte,

a explodir...

Mas não há desespero no olhar,

não há socorro a vir,

não,

não é a morte,

é a sorte de um encontro inesquecível,

atemporal,

diante do nosso olhar fundo

em um canto qualquer

do mundo.

Informação complementar

Todas as quintas-feiras você encontrará uma poesia nova neste espaço.