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Que ser um bom autor exige um bocado de paciência e muita persistência. Ninguém nasce pronto, mesmo que seja filho de escritores, e todo mundo tem de aprender sempre. Não há milagres.

- Eu sou o máximo. Olhe para o texto que eu fiz. Você não está com inveja por eu ser um grande autor?

A frase acima me foi dita por um amigo quando começou a escrever. Ele fazia crônicas e seu texto não era ruim. As ideias se encaixavam, havia uma história com começo, meio e fim e existia ainda conhecimento de cenário.

Só que faltava ao meu amigo correção no português e uma ideia original que cativasse o leitor.

As pessoas que o incentivavam eram amigas, parentes e, é claro, seus pais. Ninguém dessa turma falaria jamais os problemas que ele apresentava e isto o animava.

A ponto de chegar a essa soberba da frase inicial deste artigo, o que não faz bem a ninguém que seja realmente um grande escritor e menos ainda a quem não o é.

O primeiro ponto quando se começa a escrever é ter consciência de que nem você nem ninguém começa por cima, como se furasse a fila.

Há que se aprender e há que se praticar muito.

Escrever é voar por terras desconhecidas, encontrar o inexplorado e chegar aos lugares mais longínquos.

É como se o escritor fosse o piloto de um avião.

Alguém já viu um piloto voar bem pela primeira vez?

O que faz alguém ser um bom piloto?

Talvez nem todos saibam, mas uma das exigências das companhias aéreas e dos órgãos que administram o espaço aéreo brasileiro -e no mundo também é assim- é que o piloto tenha muitas horas de voo.

Do contrário, ele não conduz aeronaves, nem as de pequeno porte, nem por pequenas distâncias.

Ou seja, não se alça bons voos e com segurança sem ter praticado bastante, sem ter encontrado as dificuldades mais comuns, sem ter conhecidos os apertos da missão.

Por isso e pela amizade que tenho com esse amigo que começava a escrever, foi que falei a ele dos problemas.

Mas não deixei de incentivá-lo.

Nunca se deve desestimular alguém, sobretudo nessa incrível missão de escrever, de contar histórias, de entreter quem se aventura a voar pelos textos literários.

Essas pessoas precisam de feedback e isto não é só ler, mostrar um sorriso e dizer que gostou.

É também dizer que existem problemas que precisam ser resolvidos para que fique definitivamente perfeito.

Há maneiras sutis de se fazer isto, mas é assunto para outro artigo: para este, a mensagem é de que ninguém nasce pronto, ainda nasça de pais escritores, e tampouco ninguém nasce com estrela de grande escritor.

É preciso aprender sempre e praticar eternamente.

Comece escrevendo um parágrafo por dia, depois aumente para uma folha e vá aumentando.

Quando menos esperar, estará escrevendo um romance.

Mas não deixe de reler tudo que escreveu e de corrigir os eventuais erros apontados e mostre ao maior número de pessoas que conseguir: isto o fará ganhar confiança.

Não existe escritor medroso. Ou você se apresenta como escritor e atua para isso. Ou não será nada nunca.

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