Finalmente, a política ajuda a população

11 de dezembro de 2020

Finalmente, a política ajuda a população

Data de Publicação: 11 de dezembro de 2020 19:14:00 Presidente Jair Bolsonaro acabou colocado contra a parede e decidiu começar a vacinação da pópulação ainda este mês.

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SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Em mais um lance da disputa eleitoral para sucessão do presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Dória, conseguiu obrigar o governo federal a decidir pela vacinação da população.

 

 

As vias são tortas, mas parece que a atitude do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), de fixar o dia 25 de janeiro de 2021 como início da vacinação, mesmo sem ter a vacina aprovada ainda, deu algum resultado positivo para a população: afinal, forçou o governo federal a agir no sentido da imunização.

A questão é toda política: Dória marcou a data exatamente para esnucar Jair Bolsonaro (sem partido), que insistia em procrastinar a vacinação. Com uma data pública, muita gente querendo se proteger e o presidente pisando em ovos para não se desgastar eleitoralmente, o Planalto teve de correr por fora.

Depois de anunciar que levaria 60 dias para analisar qualquer vacina na Anvisa, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, voltou atrás e disse que pode começar a vacinar este mês. O prazo anterior era uma forma de dificultar a vida de Dória, mas o governo federal não contava com a opinião pública pendendo para ele.

Com isso, quem ganhou foi a população, pois agora não foi só definida uma data: o governo federal assinou na quarta-feira (9) um memorando de entendimento para a compra de 70 milhões de doses da vacina anti-covid-19 da farmacêutica Pfizer, dos Estados Unidos, que é a primeira fase para a compra efetiva.

O Brasil assinou memorandos semelhantes com o instituto Butantan e a Sinovac (China) e com a AstraZeneca, de Oxford (Reino Unido), e há ainda a possibilidade de compra sinalizada já de outras doses via o consórcio internacional Covax, que é liderado pela Organização Mundial da Saúde e reúne vários países.

Agora falta apenas que as farmacêuticas que estão produzindo essas vacinas solicitem à Anvisa o pedido de vacinação no país. Isto deve ocorrer como vem acontecendo em outras partes do mundo, ou seja, pedidos de emergência. Dessa forma, a vacinação deve mesmo começar ou este ano ainda ou no início de janeiro.

Jair Bolsonaro perdeu a oportunidade de ser protagonista desse processo ao ficar querendo barrar João Dória. O tucano foi mais esperto no jogo de xadrez da sucessão do próprio presidente e se tornou agora o principal articulador da vacinação no país. Além de São Paulo, está reunindo mais oito Estados da federação.

Se Bolsonaro não abrir o olho, ele vai acabar aparecendo como o político que salvou o país com a vacina. Está na hora de o presidente parar de fazer o jogo do empurra-com-a-barriga nessa questão. A população quer ser vacinada e precisa ser, afinal o número de casos não para de crescer em todo o país.

E, de acordo com o Ministério da Saúde, nesta quinta (10) foi confirmada a primeira reinfecção por Covid-19. Trata-se de uma médica de 37 anos que mora em Natal, no Rio Grande do Norte. Ainda não se sabe muito dessa contaminação. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), referência nesse tipo de estudo, apura o caso.

Outra pressão para cima do governo é em relação aos escolhidos para serem os primeiros a receber a vacina. No início do mês, o ministro Pazuello anunciou que as pessoas do sistema prisional seriam imunizadas no primeiro lote. A escolha causou revolta e o governo foi obrigado a tirar os encarcerados da lista.

Além disso, a Pfizer, rejeitada de início pelo governo brasileiro por exigir um sistema de conservação mais seguro, conseguiu aprovação no Reino Unido e já iniciou a vacinação lá na terça (8) e nesta quinta obteve aprovação do comitê consultivo da FDA (Food and Drug Administration), a agência sanitária dos EUA.

Ou seja, não adianta mais ficar dificultando as coisas para que a vacinação ocorra. Ela vai ter de acontecer quer o presidente Jair Bolsonaro queira ou não. Se resolverá o problema ou não, é outra questão, mas a imunização precisa acontecer. Isto porque o número de casos precisa ser controlado urgentemente.

 

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Imagem da Galeria Cronograma de vacinação pode começar ainda em dezembro
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