Desastre ecológico no Tietê exige reação

31 de outubro de 2020

Desastre ecológico no Tietê exige reação

Data de Publicação: 31 de outubro de 2020 20:02:00 Manancial registrou mais uma mortandade de peixes provocada pelas ações inadequadas do governo do Estado e pela falta de fiscalização.

Compartilhe este conteúdo:

 

SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Entidades de defesa do meio ambiente e autoridades precisam reagir. Mortandade de peixes se repete no Tietê constantemente por ações erradas do governo do Estado e falta de fiscalização.

 

 

A enorme mortandade de peixes no Rio Tietê, no último final de semana, é mais um grande desastre ecológico provocado pelas ações inadequadas do governo do Estado em relação à recuperação do manancial e à sua ineficiência no combate ao avanço inescrupuloso do interesse imobiliário.

Entidades de defesa do meio ambiente, como a SOS Mata Atlântica, precisam se interpor para evitar a destruição efetiva e total do rio. O mesmo precisam fazer as autoridades de todos os municípios que estão às margens do manancial ao longo dos seus 250 quilômetros pelo interior do Estado todo.

A região às margens do Tietê já vive o escasseamento de recursos hídricos em larga escala. A cidade de Salto, por exemplo, terá de buscar fontes alternativas, como o Rio Jundiaí, devido à redução de oferta de água nos próximos anos. Logo não se terá mais alternativas e o Tietê é um dos mais importantes de São Paulo.

No passado, o governo do Estado construiu dois túneis debaixo da barragem de Pirapora, com a finalidade de evitar enchentes na cidade de São Paulo e os mentores dessa obra não levaram em conta as consequências catastróficas para as cidades ribeirinhas do interior, que aparecem como essa mortandade de peixes.

A Constituição do Estado de São Paulo de 1998, em seu artigo 208, proibia a construção desses túneis justamente porque se sabia dos problemas ambientais e dos riscos para as populações que habitam a bacia do Tietê, à jusante, mas o primeiro foi inaugurado pouco antes do ano 2000 e o segundo túnel em 2014.

A situação atual de mortandade de peixes confirma o alerta feito por diversas vezes por entidades como o Inevat (Instituto Estudos Vale do Tietê). O fundo do reservatório de Pirapora acumula veneno que é descarregado pelo tunel (ralo) quando chove em São Paulo. Infelizmente isso vai se repetir nos próximos meses.

A população das cidades ribeirinhas, as suas autoridades e, sobretudo, as entidades ambientalistas, não podem aceitar que peixes continuem morrendo, que esse lixo todo venha da grande São Paulo e nem as inundações, como a que ocorreu em fevereiro deste ano, sob pena de assistirmos a uma degradação maior.

Atualmente, o governador João Dória (PSDB) resolveu investir na despoluição do Rio Pinheiros, o que deve ajudar a melhorar a situação nas cidades ribeirinhas da barragem de Pirapora até Barra Bonita, mas não é nem de perto o ideal e tampouco é uma preocupação que leva em conta as populações do interior.

Está na hora de se formar uma frente para cobrar do Estado que haja em função do conjunto e não apenas da população da capital. Além disso, as especulações imobiliárias às margens do Tietê e de outros mananciais fundamentais, como o Piraí, não podem se sobrepor ao interesse de se preservar a vida.

Que se acorde para isso.

 

 

Fique por dentro

Este artigo foi publicado na seção Opinião do jornal Taperá de 31/10/2020.

Imagem da Galeria Mortandade de peixes é constante no Rio Tietê por descaso
Compartilhe este conteúdo:

  Seja o primeiro a comentar!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo

Nome
E-mail
Localização
Comentário
 (19) 97823-9494
 contato@eloydeoliveira.com.br