Auxílio amplia os cadastros do governo

28 de outubro de 2020

Auxílio amplia os cadastros do governo

Data de Publicação: 28 de outubro de 2020 18:09:00 Governo federal tira vantagem eleitoral de benefícios que o aproximam mais do eleitor mais pobre, antes eleitor de Lula.

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SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Auxílio emergencial atingiu 67,7 milhões de pessoas, um terço da população nacional. E ampliou os cadastros das famílias que mais precisam e entre elas a popularidade de Bolsonaro. Lula perdeu seu público.

 

 

Os pagamentos das parcelas do auxílio emergencial em tempo recorde (a sanção da proposta foi em 2 de abril e as liberações começaram no dia 9 de abril) ampliaram os cadastros do governo também em tempo recorde, o que facilita a vida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na busca pela reeleição.

É que o cadastro é segmentado conforme a renda familiar e estes dados permitem ao governo agir em cima daqueles que mais precisam e que foram os maiores beneficiados no programa de inclusão desenvolvido desde abril e que garantiu marcas históricas de melhoria da popularidade para o presidente.

Só para se ter uma ideia do alcance disso: a Caixa Econômica Federal liberou como pagamentos do auxílio R$ 231,2 bilhões e esse dinheiro alcançou 67,7 milhões de beneficiários, o equivalente a um terço de toda a população brasileira, uma marca nunca antes alcançada por governo algum.

Bolsonaro nega a pandemia e não contribui para o combate à contaminação em massa, mas o coronavírus deu a ele de bandeja uma condição que ele jamais sonhou em termos de alcance junto à população mais pobre e de significação para essas pessoas, que agora o idolatram, um capital político enorme.

Não é à toa que o presidente conseguiu anular por completo as ações da oposição, que hoje praticamente inexiste no país. Nem mesmo Lula nos seus áureos tempos conseguiu agradar a tanta gente ao mesmo tempo e nem tirar da miséria tantas famílias como Bolsonaro está fazendo por meio desse auxílio emergencial.

Mas que não se iludam os bolsonaristas e tampouco o próprio presidente em relação à onda a favor. Ela vai terminar com o fim do estado de emergência decretado por causa da pandemia, o que permitiu os gastos estratosféricos que outros presidentes não tiveram. E com ela virá também a conta a ser paga.

Não acaba só a permissão para desrespeitar leis como a de Responsabilidade Fiscal, mas acaba o dinheiro. Ou melhor, ele já acabou há tempos. O déficit fiscal que o governo já tinha foi ampliado em cinco vezes. Isto terá de ser pago a partir de janeiro com o orçamento do próximo ano e não será fácil fazer isto.

O problema é que há que se ter ainda uma alternativa para o auxílio emergencial, posto que a pandemia não terminou e até se prolongou por causa do próprio Bolsonaro com a sua negação e os efeitos que ela causou em parte da população. Portanto, as necessidades continuam para aqueles que mais precisam.

Além disso, o governo está disposto a gastar mais ainda com o pagamento de até duas parcelas extras do seguro-desemprego para quem foi demitido sem justa causa de 20 de março a 31 de julho de 2020. Esse benefício terá um custo de R$ 7,3 bilhões e deve atingir 2,76 milhões de pessoas em um primeiro momento.

As centrais sindicais defendem que o governo pague de cinco parcelas extras do benefício e para o dobro de pessoas. As cotas do seguro-desemprego variam de 3 a 5 de acordo com o tempo de serviço e com valor médio de R$ 1.285. Se aceitar, o gasto do governo com essa ampliação chegará a R$ 16,1 bilhões.

Ou seja, se não colocar o pé no freio, o governo pode perder tudo o que conquistou com a ampliação do cadastro, sobretudo daqueles 38 milhões de invisíveis, brasileiros que tinham direito ao auxílio e não estavam nas plataformas do Bolsa Família e nem nos cadastros oficiais. Sem dinheiro, todos se voltarão contra.

 

 

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Imagem da Galeria Alcance do programa de auxílio emergencial nunca foi atingido antes
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