Acusação de assédio precisa de apuração

18 de dezembro de 2020

Acusação de assédio precisa de apuração

Data de Publicação: 18 de dezembro de 2020 18:57:00 Caso envolvendo abraço na altura dos seios de deputada na Assembleia de São Paulo requer investigação e punição exemplar..

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SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Deputada do PSOL acusa deputado do Cidadania de assédio. Ele a abraçou por trás na altura dos seios em sessão que votava o orçamento do Estado. Parlamentar diz que gosta de abraçar e nega interesse sexual.

 

 

Repercutiu muito nesta sexta-feira (18) a acusação de assédio sexual feita pela deputada estadual Isa Penna (PSOL) contra o deputado Fernando Cury (Cidadania). O que mata toda a argumentação do acusado de que não é disso e que gosta de abraçar é o vídeo vazado pela assessoria da parlamentar.

A gravação mostra uma aproximação condenável do deputado, quando chega por trás da colega, sem que ela perceba, e toca o corpo dela na altura dos seios. Mesmo que ele tivesse uma intimidade com ela que lhe permitisse essa abordagem, o lugar, no meio da sessão de votação do orçamento, não era o ideal.

O vídeo divulgado pela Assembleia Legislativa com a gravação de toda a sessão realmente corrobora para a versão do deputado de que abraça muito e que pediu desculpas à deputada. Mesmo assim, não se pode tolerar que ninguém aja daquela maneira, ainda mais com alguém com quem não tem intimidade.

Faltou tato ao deputado e bom senso também. Talvez não seja o caso de cassar o seu mandato, como a deputada defende. É notório que ele reconheceu o erro imediatamente. Mas ele precisa de uma punição severa pelo que fez, até como forma de inibi-lo a repetir e a todos os outros que possam querer fazer o mesmo.

Sessões de votação importantes como a do orçamento do Estado, realizada na quarta-feira (16), podem avançar a madrugada, mas isto não dá o direito a ninguém de deixar as regras de lado e passar agir como se estivesse em uma reunião social, ignorando inclusive as relações entre as pessoas.

O respeito é fundamental em qualquer relação, sobretudo quando envolve homem e mulher, como neste caso. São muitas as ocorrências de assédio do tipo. Se não se barrar o processo, eles vão continuar. Não é só no Carnaval, quando se faz campanhas para não se tocar o corpo sem autorização: é em todo lugar.

 A presidente da Comissão de Ética da Assembleia, a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), deveria antecipar a discussão do assunto para este ano. Esperar o recesso acabar em fevereiro de 2021, como ela propôs, para um caso como esse, é inaceitável e é desgastante para ambos os lados da questão.

O atraso na análise e na definição do que ocorrerá, permite que, de um lado, haja uma condenação sumária do deputado por conta do vídeo e da luta em defesa da mulher, o que é coerente com o que aconteceu, e de outro a exploração política para a causa que a deputada já defendia e que ganha agora a cereja do bolo.

A apuração célere e equilibrada da ocorrência evitará o desvio do que de fato aconteceu e as ações acessórias que só fazem mal para o conjunto. Se existem os instrumentos para isto, que estão na Comissão de Ética, por que não os utilizar de maneira o mais urgentemente possível, para resolver o caso?

 

 

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De segunda a sexta-feira tem um artigo novo neste espaço sobre política, economia ou negócios.

Imagem da Galeria Deputado abraça a colega durante votação do orçamento na Assembleia
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