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Candidatos precisam se comprometer
Data de Publicação: 2 de setembro de 2020 19:29:00 Quem não aceita empenhar a palavra deve ser descartado de cara, pois não inspira confiança.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Compromisso é a forma como o candidato se mostra ao eleitor. Dependendo do que diz que fará, é possível saber se tem condições ou não de cumprir. O eleitor deve ficar atento. O tempo de ser enganado acabou.
As candidaturas a prefeito e a vereadores estão começando a ser registradas nesses primeiros dias de setembro e uma preocupação que deve estar na alça de mira dos eleitores é o quanto e de que forma esses postulantes a cargos eletivos aceitam se comprometer.
Candidatos a quaisquer cargos eletivos devem concordar em firmar compromissos para serem cumpridos se eleitos, pois é esta a forma mais clara de se verificar se têm interesse no que interessa aos eleitores e se dispõem de capacidade, conhecimento e energia para realizá-los.
É importante ao eleitor observar as condições de cada candidato sob esses aspectos, pois é voz corrente no meio político que não se firma compromissos, mas intenções. Por quê? Porque intenções podem ser descumpridas com mais facilidade e compromissos nem tanto assim.
Já vem de algumas eleições candidatos que não só aceitam firmar compromissos, mas os registram em cartório para serem cobrados depois e há entidades organizadas que também oficializam o compromisso que os candidatos firmam com elas, como a OAB, por exemplo.
Esse caminho é importante tanto para quem se aventura a disputar a preferência do eleitor como para o próprio dono do voto. Nada melhor do que haver um compromisso oficial registrado e quem pretende de fato cumprir e tem condições para isso não se recusará a firmar a proposta.
No pleito eleitoral de 2016, do qual participei na coordenação de campanha, pude ver os dois lados da questão com os candidatos que foram para o segundo turno em Sorocaba: o postulante do DEM, José Crespo, que se elegeu e a quem eu assessorava, e Raul Marcelo (PSOL).
O psolista firmou inúmeros compromissos sobre os quais não tinha conhecimento mínimo e foi vencido nos debates justamente por causa disso. Mas o que o denunciou, não ao eleitor, mas ao adversário, foi colocar valor em tudo que propunha como se soubesse o custo exato de tudo.
Ao levantar os orçamentos de cada proposta, se verificava o descabimento do que havia sido dito e aí ficava fácil desarticular o plano de governo do candidato. Sem contar que o desconhecimento também o levou a propor projetos que não ajudavam necessariamente o cidadão.
Se o adversário derrotado errou na campanha, o eleito errou no exercício do plano de governo. José Crespo firmou vários compromissos de grande porte sem conhecer o orçamento municipal e acabou malogrando na sua execução. O que o salvou foram os empréstimos.
Sorocaba tinha um baixo grau de comprometimento com o endividamento e podia contrair empréstimos vultosos. O problema disso é que as dívidas ficarão para o próximo prefeito e o dinheiro não chegou a tempo de realizar neste mandato. Está tudo atrasado e boa parte não acontecerá.
Hoje, os compromissos que o eleitor deve cobrar dos candidatos a prefeito e a vereadores em Sorocaba e em quaisquer cidades são muito diferentes daquele ano. A pandemia instalada e que se arrasta ao longo deste ano é a prioridade número um para qualquer governo.
Não dá para pensar em uma administração que não se preocupe ou não leve a sério os cuidados necessários para evitar uma situação como a atual. Vide a administração federal, que é a grande responsável por essa pandemia ainda se arrastar, embora governadores também ajudem.
A área da saúde já era prioridade antes, mas o era no sentido de ter mais unidades de atendimento, mais pessoal qualificado e mão de obra para a prestação do serviço, além, é claro, dos equipamentos e condições de operação. Agora tudo isto está superado pelo medo da contaminação.
O candidato precisa então garantir que a estrutura criada para este período de pandemia não seja desarticulada totalmente e que a preocupação com as formas de contaminação também persista. Enfim, a pandemia poderá até passar, mas o eleitor quer ter certeza do amparo.
Essa preocupação envolve outros setores, como a geração de emprego e renda, o apoio à criação ou recuperação de empresas e de negócios e o fortalecimento de estruturas de apoio social, que resgatem e que garantam a sobrevivência dos que mais precisam de ajuda.
A campanha eleitoral deste ano ficou muito mais difícil para os dois lados: tanto para os que postulam um cargo quanto para os eleitores. Com a pandemia, o eleitor não vai se interessar pelas promessas tradicionais e os candidatos terão de chegar até o eleitor por meio da internet.
Por conta disso, a tendência é que quem já ocupa algum cargo público ou quem esteja em evidência na sua atividade leve vantagem sobre quem não é conhecido ou estreie. Mas o eleitor deve ser mais crítico com quem já tem cargo ou está em evidência, porque estes já puderam fazer algo.
O eleitor deve resgatar os compromissos assumidos antes da eleição pelos que estão aí e analisar o que fizeram de efetivo do que prometeram ou do que foram provocados a fazer ao longo dos mandatos e isto se consegue facilmente na própria internet hoje.
O tempo de ser enganado acabou.
FIQUE SABENDO
De segunda a sexta-feira tem um artigo novo neste espaço sobre política, economia ou negócios.
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