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Data de Publicação: 23 de julho de 2021 17:20:00 RECONHECIMENTO - Nem sempre o melhor caminho para quem não dá o esperado é a demissão pura e simples: tente ouvir mais os seus colaboradores.
Uma experiência que adquiri como gestor é que colaboradores geram resultados muito melhores quando são ouvidos.
- Para mim, a única solução é demitir.
Com essa avaliação final, minha auxiliar, que gerenciava os estagiários no período em que fui secretário de Comunicação e Eventos da Prefeitura de Sorocaba, sentenciou o destino de um dos meninos que eu havia contratado.
Era um menino bom e dotado de duas qualidades que considero importantes: muito sensível e disposto para o trabalho.
O problema é que se apaixonara por uma estagiária que se sentava ao seu lado.
Relacionamentos no emprego são muito comuns, mas entre jovens, que ainda estão em formação e que precisam mostrar a que vieram com seu trabalho, se torna um risco.
Chamei-o para conversar.
Lembrei que quando o contratei, eu o fiz por conta das suas duas qualidades especiais.
Agora as queixas da minha auxiliar contra ele eram exatamente a falta delas.
Perguntei se os objetivos iniciais haviam se perdido de alguma forma e se ele não se interessava mais pelo trabalho ali.
Ele me disse que não era isso.
Estava como antes, mas admitiu que a paixão pela colega o prejudicara.
Pediu uma nova chance, contando-me que nunca se apaixonara antes e que aquilo era uma fase da qual precisava para aprender como lidar, o que me fez lembrar-me dos meus tempos de moleque como ele, quando também não soube lidar com uma paixão.
Certa vez fui atrás de uma menina da minha classe, por quem havia caído de amores, e acabei encontrando o pai dela, um sujeito muito bravo e ciumento da filha.
Ele era peão de fazenda e me deu várias relhadas que deixaram vergões.
O ímpeto de ir atrás da menina não me fez medir as consequências e aprendi a duras penas que elas vêm indiscutivelmente.
Contei-lhe essa história, rimos muito e então aceitei a proposta e lhe dei a chance.
Mas a trajetória não foi como eu esperava.
Pressionado pela minha auxiliar, ele terminou o relacionamento com a colega.
Apesar disso, continuava disperso e errando muito no que tinha de fazer.
Minha auxiliar voltou a sugerir a demissão.
Nessa época, tínhamos muitos jovens querendo uma vaga na nossa equipe.
A Prefeitura emprestava um bom peso ao currículo deles e isto era motivo para a procura e para a fartura de mão de obra.
Eu o chamei para conversar novamente.
Perguntei a ele se os objetivos que definimos e o que havíamos acordado tinham sido esquecidos e ele me disse que não. Rapidamente se responsabilizou pelo comportamento e pediu outra chance.
Eu lhe disse que chances não são assim.
Chances são como diamantes que os mineradores encontram raramente.
Por isto, devemos aproveitá-las como se não houvesse outra possibilidade.
Ele me olhou nos olhos e começou a chorar.
Interpretei a atitude como um comportamento típico de alguém em formação, que ainda não controla os sentimentos.
Estava enganado.
Como não parasse de derramar lágrimas, disse que ele precisava entender que eu não podia ficar dando-lhe chances eternas.
Afinal, você já não está mais com a namoradinha, o que pode estar pegando agora, indaguei sem querer ouvir uma resposta.
Mesmo assim, ele a deu:
Minha mãe está muito doente.
O quê?, eu perguntei.
Eu não falei nada porque não queria deixar que as pessoas percebessem o meu sofrimento, mas o médico disse que ela pode morrer.
Fiquei sensibilizado.
Conversamos mais a respeito.
A família estava passando por uma grande dificuldade financeira. A mãe estava gravemente doente e o pai, desempregado.
O pouco que ele ganhava ali era a garantia do dia para todos e havia mais um irmão.
A partir da conversa, verifiquei a possibilidade de ajudar a mãe do garoto a ser assistida pela rede pública de uma maneira mais direta e consegui consultas e tratamento o que lhe deram uma sobrevida.
Em agradecimento, o estagiário se esforçou muito mais e deu de si o que não tinha.
O seu entusiasmo era contagiante e ajudou o restante da equipe a se empenhar.
Quando o compromisso com a Prefeitura terminou e vi que ele ficaria sem emprego, sugeri o seu currículo para empresas e para conhecidos a fim de arranjar uma colocação.
Ouvir a equipe e procurar entender os seus problemas é uma forma de garantir que os seus colaboradores o ajudem mais.
Uma equipe motivava faz milagres.
Informação complementar
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