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Urnas sinalizam o que a população espera
Data de Publicação: 17 de novembro de 2020 17:41:00 Eleitor deixou claro na votação de domingo que está cansado do radicalismo e das bravatas e que quer ações. em vez de discursos.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
População deu o racado domingo dizendo que não quer mais a política dos últimos dois anos. Jair Bolsonaro não governou como se esperava. Tem limitado suas ações a atacar adversários e a tentar se consolidar.
A eleição municipal, encerrada neste domingo (15) para a maioria dos municípios brasileiros (apenas 57 cidades terão segundo turno no final deste mês), mostrou a direção que a maioria da população deseja que seja seguida pelos políticos eleitos agora: nada de radicalismo, de intolerância e de violência.
A razão é muito simples. Vivemos a maior pandemia do século. Precisamos atravessar essa tempestade e sairmos inteiros do outro lado. Navegamos em mar revolto e o que mais faltou nessa viagem é um capitão que tome o comando do barco para conduzi-lo. O eleitor sentiu o baque de ter um presidente relapso.
Até porque a pandemia acena com uma segunda onda, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos e na Europa. Junto com ela vem um aumento do desemprego e as perspectivas não são boas em relação ao que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem fazendo. O seu radicalismo só tem piorado as coisas.
Ainda não há acordo, por exemplo, para a votação do Orçamento de 2021, o mesmo orçamento que terá de cobrir o rombo aberto pelo presidente neste ano, sob a desculpa da pandemia, que aumentou os gastos em cinco vezes, um contrassenso, já que gastou para reforçar o seu populismo e não para o combate.
Prova disso é que as reformas estruturais inadiáveis continuam paradas aguardando entendimento. Nesses dois anos de Bolsonaro, o eleitor viu apenas confrontos e polarização que geraram crises e não soluções. O presidente não conseguiu nem mesmo formar uma base aliada forte e coesa para as votações.
Afora isto, Bolsonaro destruiu a política externa brasileira com uma postura de ostra semelhante a que o seu colega e ídolo americano Donald Trump realizou contra os Estados Unidos. Por lá, os ajustes devem começar no próximo ano com o novo presidente Joe Biden, mas aqui ainda não se vislumbram mudanças.
As urnas deram um bom recado ao presidente, que precisa ler e entender a mensagem. Bolsonaro demonstrou grande empenho nas eleições municipais para ajudar prefeitos pelo Brasil afora. A ideia era ter prefeituras e governos estaduais alinhados porque estes poderiam ajudar a esquerda. Mas ele naufragou.
Dos 59 candidatos apoiados pelo presidente nas eleições municipais deste domingo, apenas 12 foram eleitos e dois ainda disputarão o segundo turno. Os demais fracassaram na sua empreitada e há quem atribuía isso ao apoio recebido, dada a sua postura em desacordo com a maioria da população.
A derrota mais significativa foi a de Celso Russomano (Republicanos) em São Paulo, que mais uma vez morreu na praia. Essa derrota tem um significado maior, porque é a prefeitura mais rica e mais poderosa do país e quem ficou com ela ou está prestes a ficar é aliado de João Dória (PSDB), que Bolsonaro tenta sufocar.
No Rio de Janeiro, terra de Bolsonaro e onde ele e seus filhos têm suas bases eleitorais, o seu candidato, Marcelo Crivella (Republicanos), foi para o segundo turno, mas dificilmente conseguirá virar o placar imposto por Eduardo Paes (DEM) no primeiro turno, o que significará mais uma derrota.
Bolsonaro perdeu ainda o apoio de Trump e esta derrota implica no combate ao coronavírus. O presidente americano agia como ele no Brasil negando a doença. Agora Biden fará o inverso e isto enfraquecerá a tentativa brasileira em relação à Covid-19. Ficou claro que o eleitorado quer resultados e não posturas apenas.
Não adianta falar grosso e jogar para a plateia. É preciso ação. Bolsonaro falha justamente na administração. A economia de Paulo Guedes não saiu do papel. Com a Covid-19 saiu até dos planos. A crise econômica só piorou com a doença. O presidente melhorou sua popularidade apenas com o auxílio emergencial.
O presidente precisa se mexer. O eleitor cobra isso e mostrou isso nas urnas. Nos primeiros dois anos de governo, o presidente só fez política nas redes sociais para atacar adversários e consolidar sua posição. Pior de tudo é que deixou claro para o eleitor que é ele quem tem de se virar para combater o coronavírus.
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