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Três ações que fazem a diferença na escrita
Data de Publicação: 22 de abril de 2021 13:37:00 PAPO COM O ESCRITOR - Todo autor precisa ter a vontade ferrenha de escrever, mesmo que seja difícil e cansativo, além de não ter aplausos.
A mais importante de todas as atitudes é a descoberta do brilho nos olhos, que é a maior demonstração de vontade.
Toda vez que recebo um aluno novo que vem procurar ajuda para conceber, escrever e publicar o seu livro, a primeira coisa que observo é o brilho nos olhos.
Algumas pessoas acham isto bobagem.
Eu lhes asseguro que não é.
Ter o brilho nos olhos significa ter a vontade de realizar e não ter vontade é a pior das doenças, o pior dos males.
Conheço gente que está morrendo por conta de um câncer terminal, mas ainda tem os olhos faiscando pensando no que deixará.
Mesmo na partida essas pessoas estão conscientes da sua importância e do seu valor.
Ninguém vai a lugar nenhum se não tiver ânimo, se não tiver energia, se não lutar.
Creio que o meu principal papel neste trabalho de consultoria literária é o de descobrir se há um brilho escondido, mesmo que ele nunca tenha aparecido, porque é a partir daí que as coisas começam a acontecer.
Quando descubro que o brilho fora apagado por um dissabor, pelas crenças limitantes, pela ação de alguém, trabalho essa recuperação.
Essa é a primeira das ações.
Tive um aluno certa vez que queria publicar um livro, mas não sabia nem como escrever.
Estava cru de tudo.
Pensei: este não vinga.
Quanto engano.
Havia nos olhos dele um brilho especial.
Ele queria demais a publicação do livro.
Não saber, não ter os elementos, não conseguir avançar de pronto, nada disso foi obstáculo a partir da decisão de fazer.
Eu disse a ele: para escrever este livro, você precisará fazer isto, aquilo e mais isto e aquilo.
Ele me olhou nos olhos e disse: se é esse o caminho, é esse o caminho que vou percorrer.
A partir disso, esse aluno se esforçou de uma tal maneira que fiquei admirado.
Isto fez toda a diferença.
Em nenhum momento ele se importou de reescrever, de refazer, de demorar.
A cada pedaço do livro que eu dizia: está ok, ele festejava como se fosse uma vitória do seu time do coração e era mesmo.
Ao final de oito meses, o livro saiu e, embora esse seja um prazo incomum, não acho que demorou. Na verdade, foi no tempo dele. Dentro das possibilidades que ele possuía.
A segunda ação é identificar os sentimentos.
É fundamental neste trabalho ter paixão por aquilo que vamos fazer. Paixão e sonho. É isto o que faz o coração acelerar.
Para despertar esse brilho nos olhos, questiono primeiro onde o aluno está.
Ele precisa reconhecer a posição atual para que possamos traçar um plano de ação. A partir do momento que sai da posição de inércia, ele começa a avançar dentro do projeto.
A terceira ação é a prática de tudo.
Depois eu o faço testar, experimentar, errar. Isto tudo significa dar a experiência de que o novo precisa para poder se descobrir como autor.
Essa imersão faz com que muitas vezes os alunos descubram capacidades que sequer imaginaram ter um dia.
Ninguém sai ileso do processo.
Se não descobrir o brilho nos olhos, fatalmente descobrirá a sua energia, o que faz crer que o brilho surgirá um dia.
O fato é que ninguém pode chegar a lugar nenhum se não tiver a vontade ferrenha de ir até esse destino, seja ele onde for.
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