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Tragédia do Carrefour poderia ser evitada
Data de Publicação: 23 de novembro de 2020 17:36:00 Faltou preocupação da rede com os seus colaboradores e com os seus clientes e falta sensibilidade agora após o ocorrido.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Homem morto por seguranças era antes de tudo um cliente da rede. O tratamento com os colaboradores e com os clientes precisa ser revisto com urgência. Desculpas não resolvem agora: é preciso ação.
A morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS), na quinta-feira (19), poderia ter sido evitada se o hipermercado tivesse uma preocupação maior com seus colaboradores e clientes.
Faltou essencialmente treinamento e preparação de pessoal para saber como agir em casos como esse. Não é o primeiro vivido pela rede e certamente não será o último. Os depoimentos contraditórios dos envolvidos mostram claramente o despreparo.
Não importa se o cliente agiu mal antes agredindo ou ofendendo outro cliente ou funcionários. Nada justifica a agressão covarde imposta pelos seguranças a ponto de provocar a morte. Eles não souberam agir na função que é o métier deles.
Conter alguém em fúria, alguém que possa significar algum risco para os demais, não significa matar. Eram dois seguranças contra um. Só por isso, já era para terem mais controle da situação. Cadê os treinamentos para imobilizar o agressor sem machucá-lo?
O que se viu pelas imagens divulgadas, que ganharam o mundo, foi uma briga de rua. Foi uma agressão covarde de dois homens mais jovens contra um mais velho. Mais que tudo isto: foi a ação da rede francesa contra um cliente, violento, mas um cliente.
Desculpas do Carrefour agora não vão trazer de volta o ente querido para aquela família. O afastamento dos seguranças mal treinados ou sequer treinados também não vai resolver o problema. A rede precisa tomar providências mais profundas.
A Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) cobrou essas “medidas imediatas e efetivas” da rede. Mas disse estar comprometida a “ajudar a criar mudanças positivas” e a “trabalhar junto” com o Carrefour para “promover mudanças estruturais”.
Esta sinalização é excelente. Faltou à rede Carrefour ser mais proativa e sair dessa posição de susto. Não há susto nenhum. A rede é responsável por não cuidar dos seus colaboradores adequadamente. Por consequência, por tratar um cliente mal.
Ainda por cima deu um azar danado por tudo isto ocorrer às vésperas do Dia da Consciência Negra e com um negro. A impressão que se tem, a menos que se prove o contrário, é de que a data e a vítima negra são circunstanciais. Não parece ser racismo.
Se ficar provado no inquérito depois que a atitude agressiva aconteceu em razão de João Alberto ser negro, então as coisas ficarão ainda piores para o Carrefour, mas a impressão que se tem é de que ocorreu por uma discussão sem esse apego.
Os seguranças Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva devem responder pelo crime que cometeram. O caso não pode ficar sem isto, em que pese todas as alegações deles de falta de intenção no ato. Infelizmente, é inegável que ocorreu um crime.
Além disso, a Polícia Federal informou que Giovane não tinha o registro nacional para atuar como segurança. Apenas Magno estava com o documento regular. Ambos trabalhavam para a terceirizada Vector Segurança, que também tem de responder.
Enfim, o episódio precisa servir para a melhoria das relações corporativas do grupo Carrefour com seus clientes. Enquanto não houver uma atitude mais firme e decidida, isto não acontecerá. Há que se evitar novos casos, novas tragédias, porque são evitáveis.
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