Adotamos na campanha a prefeito em Sorocaba, há dois pleitos, o uso de um app que promovia uma interação maior com o eleitor.

As campanhas eleitorais vêm se transformando cada vez mais ao longo do tempo e uma coisa que tem sido decisiva é o uso da tecnologia para conquistar o eleitor.

Cada vez mais virtual, devido ao fim dos comícios, das propagandas de rua e das restrições severas a carros de som, as campanhas têm optado por usar novos mecanismos.

O sucesso de campanhas como a de Barack Obama incentivam o investimento nessa área.

Nos meus quase 20 anos de trabalho nesse segmento, já vi de tudo: desde o santinho tradicional, no qual o candidato coloca  uma foto pequena e um breve currículo, que persiste até hoje, até os programas de interação via app, baixados nas lojas de aplicativos.

Uma evolução considerável.

Também o público mudou muito.

As pessoas estão mais antenadas e o eleitor está mais participativo, cobra mais e investiga mais também, longe ainda do ideal, mas já observo uma mudança sensível.

No meu trabalho de consultoria e de assessoria tenho de acompanhar de perto essa evolução.

Há dois pleitos, quando integrei a campanha a prefeito em Sorocaba, vivi uma experiência dentro dessa evolução tecnológica.

Fizemos na época um app para o candidato.

O modelo tinha como diferencial o mapeamento dos problemas por região.

Quem baixava o app, podia enviar fotos ou apenas texto reclamando de algo que precisava na sua região, como asfaltamento de rua, escola, posto de saúde, coleta de lixo, enfim, tudo.

Com esse material em mãos, a nossa equipe reformulava o plano de governo com a campanha em curso e estruturava um discurso mais direto do candidato para conquistar mais votos.

O aplicativo também funcionava como agregador de público para encontros com o candidato, selecionando-o por região.

Ele ainda enviava notícias, projetos e fotos sobre o candidato, desfazia fake news e atuava como canal direto para mensagens do eleitor ao candidato, que eram personalizadas.

Outra funcionalidade era poder avisar o cidadão que o candidato tinha uma proposta xis, que ia ao encontro das reivindicações da sua região e abria o assunto para discussão.

Não conseguimos ter uma adesão significativa para o serviço devido ao tempo curto de campanha, mas a ideia era bem interessante.

Creio que as próximas campanhas poderão trazer inovações ainda maiores.

Definitivamente, a interação como o eleitor e a atenção às suas demandas ganharam um novo patamar nos últimos anos.

Candidatos que não assimilarem isto, estarão fadados a perder eleições, ainda que sejam favoritos, pois o convencimento não conta mais com o olho no olho e a capacidade do candidato de se mostrar verdadeiro e honesto como antes.

Certamente, muitos eleitores se decepcionarão com candidatos eleitos a partir da internet, mas é a realidade que temos hoje.

Espero que haja um amadurecimento das redes e dos próprios eleitores para resolver essa dificuldade de escolher realmente o melhor.

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