Sua vida dá um livro?

PAPO COM O ESCRITOR - Já pensou em escrever uma biografia, contando tudo o que enfrentou, viveu ou conheceu para inspirar ou encorajar alguém?

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Biografias são excelentes oportunidades para inspirar, encorajar e até salvar pessoas que já tinham desistido de tudo.

 

 

Você não imagina como eu derrotei aquele leão faminto em um cubículo de 2 metros por 2.

Quem nunca ouviu um amigo dizer um feito fantástico como esse ou ele próprio narrou algo assim para mostrar como passou por um aperto?

Todos nós temos passagens das nossas vidas em que nos sentimos verdadeiros heróis.

Muitas vezes tivemos de nos superar, de encontrar forças onde não havia e de enfrentar verdadeiras feras capazes de nos devorar.

É por isso que é tão comum ouvir essa frase de que a vida da pessoa dá um livro.

Se a sua vida dá um livro, então escreva.

Não deixe para depois.

Biografias não são só de gente famosa.

No livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra que viveu na Favela do Canindé, em São Paulo; que era mãe solteira de três filhos e que trabalhava como catadora, há uma biografia de alguém totalmente desconhecida e até desprezada pela sociedade.

O jornalista Audálio Dantas (que era repórter da Folha da Manhã, hoje Folha de São Paulo, em 1960) foi quem descobriu a autora.

O que chamou a atenção dele para a história dela foi a paixão que ela tinha por livros e por escrever sobre a sua vida. Ela fazia um diário e dizia que escrever aliviava a sua dor e a ajudava a enfrentar as dificuldades de todo dia.

Esse detalhe foi singular para que a história da vida dela fosse interessante para ser contada em uma biografia. Carolina Maria de Jesus mostrou nos seus relatos como é pungente a condição da mulher sozinha para viver em uma grande cidade, sobretudo sendo preta e pobre.

O primeiro passo para escrever uma biografia é descobrir esse traço na sua história.

O que você viveu, o que enfrentou ou o que conheceu pode ajudar alguém que passa por situação semelhante ou pode inspirar alguém para contribuir no sentido de que outros não atravessem o mesmo deserto?

Se a resposta é sim, você o mais importante.

Agora defina o que você quer com esse livro.

O objetivo de contar a sua vida é ensinar alguma coisa, inspirar ações, enaltecer pessoas?

Não importa, mas é preciso ter esse objetivo em mente antes de começar a escrever.

Ele é o ponto de partida de tudo.

Depois, para escrever uma biografia a partir do objetivo, é necessária uma estruturação dos fatos.

Organize por fases ou eventos.

Não precisa contar a sua história desde o nascimento sem perder nenhuma parte.

Conte os fatos mais importantes e que sejam relevantes para o objetivo principal do livro.

O que não pode faltar em uma biografia é a mensagem que você quer passar bem definida.

Por exemplo, em “Feliz Ano Velho”, Marcelo Rubens Paiva conta como sofreu um acidente que o deixou uma cadeira de rodas e o que fez, a partir disso, para continuar vivendo.

Mesmo que o leitor não tenha vivido algo semelhante, dá para entender a dor dele e a sua força de superação, ainda mais sendo um jovem em torno dos 20 anos na época.

Trazer esperança, otimismo, coragem para quem vai ler a sua história é um grande objetivo.

Pense que o que vai escrever deve ter relevância, deve ensinar, deve gerar valor.

Outras coisas importantíssimas para a sua história são os personagens que a compõem.

Quem faz parte da sua biografia?

Como essas pessoas contribuíram para o resultado que é o objetivo do livro?

Ah, não esqueça dos conflitos.

Não existe história sem conflitos.

São eles que levam o leitor a continuar lendo.

As pessoas se unem ao autor na busca de soluções e esses conflitos podem ser internos ou externos e devem ser contados assim, como internos (dentro do coração do autor) e externos (como as dificuldades da vida).

Para encerrar, não esqueça de que nenhuma história se sustenta sem um começo, meio e fim.

Ou seja, você precisa apresentar a situação. Quais são os conflitos que o autor enfrenta para atingir os seus objetivos e quem se interpõe a isso. O antagonista pode ser uma pessoa, uma situação ou uma escolha do personagem central.

A apresentação vai até o acontecimento de um evento que desequilibre a vida do personagem principal e que, a partir dali, terá de agir.

Depois deve mostrar como o conflito se resolve, necessariamente o enfrentamento do protagonista com o antagonista.

O final é a resolução do conflito.

A história precisa ter três pontos de viradas. O primeiro é quando o personagem principal perde o chão com algo que aconteceu. O segundo é quando e se vê diante do antagonista e das dificuldades geradas por ele. E o último é o que vai dar a vitória ou a conquista do objetivo.

Pronto, esse é o mapa da mina para contar a história da sua vida: sente e escreva agora.

 

 

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