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Seleção de pessoas exige liderança
Data de Publicação: 1 de maio de 2021 21:55:00 CALOS - Ensinamentos que vêm desde quando era menino me ajudam a definir hoje como montar o meu time para o jogo da vitória no trabalho.
Quem escolhe precisa saber reconhecer qualidades que vão além do talento nato para compor os times de trabalho.
Eu era o último a ser escolhido no futebol.
As condições para o jogo não eram ruins para mim: eu era o dono da bola literalmente, o campinho onde jogávamos ficava na frente da minha casa e magro era muito rápido.
O que fazia os outros meninos não me escolherem era a minha pouca habilidade.
Deixar de jogar não deixava por ser o dono da bola, já que eles não tinham outra bola, mas aquela situação não me era nada confortável.
Eu observava as escolhas que os líderes dos times faziam e via que elas não eram as melhores, pois eles preferiam quem já era bom.
Existem pessoas de talento para tudo.
Isto é fundamental para vencer. No entanto, não é tudo. Talento sem outras condições também significativas, como generosidade, pensamento no conjunto e disposição para a dificuldade, não gera resultados positivos. Era preciso formar um time diferente.
O que acontecia era que os bons, os de talento, jogavam para si. Eles nunca saíam do time. Sempre quem perdia, dava lugar à outra equipe que esperava na beirada do campo. Como os bons significavam gols, as equipes trocavam os jogadores mais fracos por eles.
Quem não tinha muita habilidade, como eu e não era dono da bola como eu, pouco jogava e acabava deixando o campo triste.
Eu não gostava dessa situação.
Entre esses que eram desprezados havia vários que eram esforçados, que se entregavam demais ao jogo e que tinham espírito de equipe.
Preocupava-me com eles, mas precisava antes resolver a minha situação.
Um dia eu poderia deixar de ser o dono da bola e então ficaria de fora como eles.
Observei outra coisa: os bons, os de talento, jogavam sempre no ataque.
Nenhum deles queria jogar no gol.
Era melhor para eles que os sem tanta habilidade fossem para o gol: assim, eles poderiam fazer muito mais gols.
E eles faziam muitos gols, mas só eles faziam.
As partidas acabavam se equilibrando quando havia bons nos dois lados. Mesmo assim, só eles jogavam e só eles se divertiam.
Os que não tinham tanta habilidade eram só coadjuvantes, completavam o time.
Para resolver a minha situação, decidi deixar de pretender o ataque e disse que jogaria no gol.
Quando fui para a função, me esmerei como se jogasse no ataque. Eu estava até ali tentando ser um atacante tão bom quantos os de talento nato e não conseguiria isto tão cedo. Ainda mais porque não tinha ninguém para me preparar.
Mas, ao ir para o gol, passei a encarar aquilo como um desafio e os desafios me movem.
Esforcei-me tanto que me tornei um bom goleiro. Era difícil tomar gols. Os bons, os de talento, começaram a me respeitar como um deles. Passei então a ser o capitão do time.
Era o capitão quem escolhia os outros.
Na hora de escolher, comecei a valorizar os que não tinham tanta habilidade, mas que se esforçavam e que se entregavam à partida.
Antes do jogo, fazia uma espécie de preleção.
Chamava os bons, os de talento, e dizia que tinham de jogar para o time. Se um colega estivesse em melhores condições de fazer o gol, deveriam passar a bola para este.
Depois chamava os que não tinham tanta habilidade e cobrava deles que se entregassem.
Era para disputar a jogada como se fosse a última coisa que tivessem de fazer.
Resultado: o nosso time se tornou o campeão dos campeões, ganhando de todos os outros.
Nesse mesmo campeonato em que me tornei capitão, também fui um goleiro artilheiro.
Eu fazia muitos gols a partir do meu gol.
Nossos campinhos eram pequenos.
Um goleiro conseguia chutar do seu gol no outro e com força. Eu tinha um chute forte de pé esquerdo. Fiz muitos gols assim.
Aqueles que não tinham tanta habilidade também encontraram as suas melhores posições e se destacaram quando os bons, os de talento nato, começaram a jogar para o time.
Era uma brincadeira de criança. Mesmo assim, aqueles aprendizados ficaram para a vida.
Temos gente de talento em todas as áreas, que precisam jogar para o time e que não fazem os resultados do grupo sozinhos.
Valorizar quem se esforça, quem se dedica ao jogo, cria novos talentos com habilidades diferentes e aptidões diferentes.
Não precisa ser o dono da bola para isso.
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