Se pudesse, esganaria o jornalista

20 de dezembro de 2020

Se pudesse, esganaria o jornalista

Data de Publicação: 20 de dezembro de 2020 18:24:00 A SURPRESA - Nesse episódio sobre os bastidores das meus 40 anos de jornlismo, um dia para aprender com quem sabe.

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SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Um bom jornalista pergunta bem e envolve o entrevistado mesmo que ele não queira falar. Assim agiu José Luiz Datena comigo durante o episódio envolvendo a morte do sequestrador de Sílvio Santos.

 

 

- Você já viu a merda que está na tevê?

A frase do presidente do Grupo Coan, Waldomiro Francisco Coan, o Miro, ao telefone, me deu um frio na espinha.

O que poderia estar acontecendo de tão grave e por qual razão eu não sabia?

Responsável pela comunicação estratégica do grupo, tinha de estar informado de tudo. Só que nem sempre isto ocorria, infelizmente.

Como meu contrato não previa dar expediente nas empresas da corporação, alguns funcionários-chave não me passavam as informações com a rapidez e precisão necessárias e isto me remetia a cobranças como aquela, feitas pelo próprio dono.

Ainda início de 2002, não tinha visto nada que chamasse a atenção na minha checagem anterior pela manhã daquele 2 de janeiro.

Eu trabalhava no meu escritório em casa na cidade de Salto, interior de São Paulo. Mantinha uma televisão sempre ligada e ouvia rádios com noticiários frequentemente.

Acompanhava ainda as informações da internet, que na época não era nem próxima do que é hoje em volume de dados, mas trazia os fatos mais importantes do momento.

Na hora da ligação, voltava do almoço. Eu me atrasara um pouco. Faria nova checagem naquele minuto, não fosse o Miro me chamar.

Não sabia o que estava acontecendo, mas tinha certeza de que era algo grave. Nada que não fosse chegava à tevê no meio da tarde. A irritação do empresário também denotava isto.

Minha tevê estava na Globo, com som baixo. Passava um filme. Não havia qualquer coisa de extraordinário sendo mostrada.

Como não identifiquei nada de cara logo depois de ouvi-lo, perguntei:

- O que está acontecendo Miro?

- Aquele Datena está em um programa agora destruindo a nossa empresa. Você não pode deixar que isto ocorra. Não pode.

A fala dele era carregada de raiva.

Tenho certeza de que, se pudesse, ele esganaria o Datena sem dó.

Enquanto o ouvia, após ele ter mencionado o Datena, sintonizei na Record para verificar exatamente do que falava.

A informação era grave de fato.

Datena participava do programa de culinária de Claudete Troiano excepcionalmente. Fora para antecipar informações do “Cidade Alerta”, que só iria ao ar no início da noite. Ele falava da morte do sequestrador de Sílvio Santos.

Fernando Dutra Pinto, de 22 anos, havia morrido às 13h no Hospital do Tatuapé. As primeiras informações que Datena transmitia na tevê davam conta de que a causa havia sido uma intoxicação alimentar.

Aí estava o problema.

Era uma das empresas do Grupo Coan quem atendia o Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, em Tatuapé, onde Dutra estava.

Compreendi tudo vendo a tevê enquanto Miro falava aos borbotões. Então, o cortei no meio dos seus gritos para dizer que, se o caso era esse, já estava ciente. Disse que tomaria as providências necessárias imediatamente.

Minha afirmação entrou pelos ouvidos do empresário como um sopro de paz.

Miro era um chefe rigoroso, que se deixava dominar facilmente pela ansiedade.

Ele tinha pressa de resolver qualquer problema. Nada podia esperar ou ter um hiato de preparação ou algo do tipo. Este era o seu normal com todos os negócios todos os dias.

Quem trabalhava com ele sabia que uma ligação como a que ele me fizera era certeza de uma cobrança dura, como ocorrera.

Daí o meu frio na espinha ao atender.

- É para ontem, ouviu?, sentenciou ele.

- Eu sei, já entendi. Fique tranquilo. Assim que eu resolver, entro em contato.

- Está bem.

Bateu o telefone.

Eu tinha um telefone fixo integrado a um aparelho de fax na época e fiquei com o gancho do equipamento na mão por alguns segundos.

Minha cabeça viajava em looping. Precisava elaborar uma resposta e dar as explicações. Mas antes que Datena saísse do ar.

Como se despertasse de um transe, atinei que o tempo voava. Liguei então para os funcionários-chave do grupo a fim de me inteirar de tudo e produzir a resposta.

Transpirava em bicas desde o início da ligação do empresário e agora ainda mais com a pressa para entender o que a Coan tinha feito, se tinha feito algo e preparar o texto a tempo.

Para minha sorte, Datena conversava com Claudete sem se preocupar muito com o horário e o seu tempo de fala.

O programa dela tomava toda a tarde.

 

A trajetória de crescimento do Grupo Coan, do pequeno restaurante chamado Coan Pampas, iniciado por meio de uma sociedade de quatro irmãos, com Miro à frente, em 1980, na cidade de Tietê, interior de São Paulo, até se transformar em um dos principais grupos empresariais do Brasil hoje, não foi fácil.

Mas os quatro irmãos, sobretudo Miro, sempre foram muito arrojados e destemidos. Não fosse assim, teriam sido engolidos pela concorrência inexoravelmente.

Só para se ter uma ideia, o primeiro grande salto de desenvolvimento ocorreu ainda no ano da fundação, quando a organização passou a atender indústrias e usinas de açúcar e álcool da região, oferecendo refeições transportadas.

Depois, o grupo começou uma aproximação com o setor público participando de concorrências para o fornecimento de alimentação em órgãos públicos e se deu muito bem em presídios, ganhando várias licitações nesse segmento, inclusive a do CDP onde estava o sequestrador de Sílvio Santos.

Foi a entrada no mercado de alimentação escolar terceirizada junto a prefeituras principalmente, em 1998, que ratificou a trajetória de crescimento.

A partir da entrada nesse setor, os negócios do grupo deram um salto significativo de desenvolvimento. Hoje, o Grupo Coan ocupa a liderança isolada do país nessa área.

A consolidação dos negócios também coloca a corporação entre as cinco maiores da área de alimentação para coletividade do Brasil.

Com cerca de 2 milhões de refeições produzidas diariamente por aproximadamente 9 mil colaboradores, o Grupo Coan está presente em 16 Estados brasileiros com estrutura logística e operacional e tem atuação consolidada também fora do país.

Atende escolas, maternidades e creches, empresas privadas dos mais variados portes e segmentos, indústrias, usinas de açúcar e álcool, hospitais, unidades prisionais, órgãos públicos, plataformas marítimas e gasodutos.

 

Na minha checagem de informações na Coan, levantei tudo o que havia sido feito pelos funcionários da empresa da corporação que atendia o CDP e aí passei a verificar o que levou o sequestrador à morte nos fatos pregressos àquela quarta-feira, 2 de janeiro.

A informação que circulou pela advogada de Fernando Dutra Pinto, Maura Marques, era importante para confrontar Datena.

O jornalista se baseava em parte do relato dela para afirmar a intoxicação alimentar. Ele não era taxativo de que a causa da morte era essa, até porque era impossível de se ter isto naquele momento. Mas só aventar a hipótese colocava meu cliente em dificuldade.

Datena dizia que Fernando Dutra Pinto tinha comido carne de porco. Depois passara mal. A intoxicação alimentar o levara a ter uma parada cardiorrespiratória. E aí morrera no hospital.

Mas a advogada disse que seu cliente teria comido a carne de porco uma semana antes da morte, na sexta-feira, 28 de dezembro de 2001.

O sequestrador teria começado a sentir mal-estar e a apresentar manchas vermelhas na pele. As manchas coçavam muito.

Durante a visita do pai dele no domingo, 30 de dezembro, as manchas vermelhas teriam se espalhado pelo corpo todo e o preso passou a reclamar de dor no peito e falta de apetite.

Fernando Dutra Pinto tinha um quadro de bronquite que o acompanhava desde criança.

O médico do Centro de Detenção Provisória do Belém, em Tatuapé, onde o sequestrador estava recolhido, que o atendia na unidade na época, Ricardo Cezar Cypriani, disse que constatou broncopneumonia.

O preso apresentava febre e dores pelo corpo, na região do peito principalmente, mas não necessitava de internação. Recebeu então o tratamento com medicamentos para essa doença e as manchas começaram a sumir.

Na segunda-feira (31), a advogada não conseguiu visitar o sequestrador. A informação do CDP era de que ele estava medicado e que passava bem. Na verdade, Fernando Dutra Pinto passou a dormir na enfermaria nesse dia.

Na terça-feira (1º), o sequestrador teve complicações pulmonares e fez um raio-x de pulmão, onde novamente foi constatada a broncopneumonia, e ele tomou mais remédios.

A advogada de Fernando Dutra Pinto disse que o visitou na quarta-feira (2), por volta de 11h15. Maura Marques disse que ele andava em uma cadeira de rodas, respirava com dificuldade e reclamava de não enxergar com o olho direito, além de ter muita sede.

Meia hora depois, o preso teve parada cardiorrespiratória. O médico do presídio conseguiu reanimá-lo. Em seguida, às 12h20, com sinais vitais, mas ainda desacordado, o médico decidiu encaminhá-lo para o Hospital do Tatuapé. O preso morreu 40 minutos depois.

 

Com as informações na mão, liguei para a Record e pedi para que informassem ao Datena que o Grupo Coan não concordava com as afirmações que ele fazia no ar e que divulgaria uma nota oficial a respeito.

O funcionário que me atendeu disse para aguardar na linha enquanto ele transmitiria a informação ao estúdio onde Datena estava.

Aguardei sem nem imaginar o que aconteceria logo em seguida, o que me foi um grande aprendizado para a vida profissional.

Em vez de transmitir a informação, o funcionário transferiu a ligação para o estúdio.

Nem acreditei quando ouvi e vi falarem e escreverem na parte debaixo da tela que o dono do Grupo Coan, Eloy de Oliveira, estava na linha para dar explicações ao Datena.

Se já transpirava em bicas, quase tive um infarto com o celular na mão. Não deu tempo de nada. Assim que percebi o coração disparado e o suor molhando a mesa, Datena pediu licença para Claudete Troiano:

- Claudete, um minuto só, porque está na linha o dono ou diretor do Grupo Coan, que serve as refeições no CDP em que Fernando Dutra Pinto estava e ele tem explicações a dar. Senhor Eloy de Oliveira, a sua empresa forneceu a comida que fez o preso Fernando Dutra Pinto passar mal e morrer?

- Em primeiro lugar, preciso esclarecer que não sou o dono nem o diretor do Grupo Coan. Cuido da comunicação estratégica apenas. Não estou aqui para dar explicações. Liguei para informar que vamos divulgar uma nota em razão das suas afirmações agora há pouco.

- Mas então o senhor nega que a comida oferecida ao preso tenha sido fornecida pela empresa que o senhor representa?

- Não disse isso.

- Quem serviu a comida no CDP então?

- O Grupo Coan é o responsável sim pelo fornecimento de refeições ao CDP, mas não é responsável por intoxicação do preso.

- Como o senhor pode ter essa certeza?

- Primeiro porque nenhum outro preso se sentiu mal e todos comeram da mesma refeição. Segundo porque se alega que Fernando Dutra Pinto passou mal por ter comido carne de porco e não foi servida essa carne para nenhum dos presos.

- Com isto o senhor está dizendo que a comida do Fernando Dutra Pinto foi contaminada? É isto senhor Eloy de Oliveira?

- Não posso afirmar, mas o Grupo Coan fornece as refeições e presos de bom comportamento é que levam essas refeições aos demais. O que acontece depois que há a entrega não é responsabilidade nossa.

Enquanto eu dava essas declarações ao vivo, o então secretário de Estado de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, ligou irritado para o Miro e cobrou explicações:

- Quem é esse Eloy e por que ele está jogando a culpa sobre nós? Mande que pare agora.

Miro me ligou desesperado.

Eu sabia que era ele pela identificação do fax e atendi enquanto falava com Datena. Em um ouvido pelo celular Datena e no outro pelo telefone fixo o Miro. O empresário me falou, em altos brados, o que o secretário havia dito.

- Encerre essa entrevista agora!, bradou.

Tive de fazê-lo.

Foi a entrevista mais conturbada que já dei.

 

Até hoje não há uma conclusão efetiva sobre o que levou o sequestrador de Sílvio Santos à morte naquele dia no CDP, mas ficou provado que o Grupo Coan não teve nada a ver com isso.

Para a advogada Maura Marques, o sequestrador teve superdosagem de medicamentos e isto o levou à morte. A família dele entrou com ação contra o Estado sob essa acusação, mas perdeu quase dez anos depois.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou infecção generalizada como causa da morte. Essa infecção afetou mais o pulmão. Não havia lesões externas.

Para o médico do CDP à época, Ricardo Cezar Cypriani, Fernando Dutra Pinto foi medicado com corticoides e broncodilatadores devido ao seu quadro alérgico e de broncopneumonia.

Ele chegou a admitir a possibilidade de intoxicação alimentar. Disse que Fernando Dutra Pinto poderia ter uma sensibilidade maior à carne de porco. Isto poderia ter causado as complicações.

Mas o próprio médico disse que uma eventual intoxicação não evoluiria para uma parada cardíaca. Portanto, o que aconteceu teria sido uma surpresa para ele.

Outro dado importante é que o Grupo Coan e o secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, atestam que não foi servida carne de porco aos presos a partir do dia 29 de dezembro de 2001. O secretário aponta que a família do preso pode ter levado o alimento, mas a advogada dele, Maura Marques, nega.

Fernando Dutra Pinto morreu, mas deixou uma história cinematográfica sobre o sequestro de um dos maiores e mais ricos empresários do Brasil, com direito a confrontos mortais com a polícia, demonstração de força ao fazer o governador do Estado ir ao seu encontro, fugas espetaculares e surpresas inimagináveis.

Tudo começou em 21 de agosto de 2001 quando Fernando Dutra Pinto, seu irmão Esdras e Marcelo Batista dos Santos, o Pirata, sequestraram a filha de Silvio Santos, Patrícia Abravanel, na porta da mansão da família, no Jardim Morumbi, em São Paulo.

Eles a mantiveram em um sobrado no próprio Morumbi por sete dias enquanto negociavam o pagamento do resgate. Contaram com a ajuda de Luciana Santos Sousa, a Jenifer, namorada de Fernando Dutra Pinto, e Tatiane Pereira. Ao final, receberam o que pediram: R$ 500 mil.

Enquanto Patrícia Abravanel voltou para casa, Fernando Dutra Pinto alugou, com o dinheiro do resgate, um dia depois, um apartamento no Parthenon L" Etoile Residence, flat que fica no centro comercial de Alphaville, em Barueri, na grande São Paulo.

Usou o nome falso de Claudemir Souza e disse que era músico. Ficou com o apartamento 1004 no 10º andar do prédio.

Uma camareira viu que ele tinha várias armas, avisou a direção do flat e esta chamou a polícia, que foi ao local para prendê-lo.

Fernando não estava lá.

Os policiais encontraram as armas e R$ 464,85 mil dos R$ 500 mil pagos de resgate.

Dois deles, Marcos Amorim Bezerra e Tamotsu Tamaki, ficaram à espera do sequestrador no corredor do 10º andar e outro, Reginaldo Nardis, ficou na recepção do prédio.

Mais policiais se esconderam no entorno do flat para evitar que ele fugisse.

Pouco depois das 17h, Fernando Dutra Pinto apareceu com o cabelo pintado de loiro.

Assim que entrou no elevador, o policial da recepção foi atrás. No 10º andar, ele deu voz de prisão, mas o sequestrador não se entregou. Em vez disso, sacou duas armas e começou a atirar. Ele se protegeu. Os outros dois policiais também atiraram. Fernando Dutra Pinto revidou e acabou matando os dois.

O policial que subiu da recepção disparou contra o sequestrador após a morte dos colegas, mas a sua arma ficou sem munição. Ele apanhou a arma de um dos mortos e acertou um tiro na bunda do sequestrador. Mesmo assim, Fernando Dutra Pinto o feriu no ombro.

Na tentativa de se proteger, o policial entrou em um dos quartos e se trancou lá.

Em seguida caiu desmaiado.

Fernando Dutra Pinto desceu um andar e quebrou a janela entre duas paredes próximas. Depois desceu se equilibrando entre essas paredes com as costas em uma e os braços e pés na outra, escorregando por nove andares até o chão para ganhar a rua e fugir.

Os policiais do entorno do prédio o perseguiram. Uma operação policial enorme foi montada em três cidades. Fernando Dutra Pinto trocou de carro três vezes e escapou finalmente usando um táxi, mesmo ferido.

No dia seguinte, às 7h, o sequestrador invadiu a casa de Sílvio Santos e o pegou quando ele tomava café. Com uma pistola automática na mão direita e um revólver na mão esquerda, gorro na cabeça, Fernando Dutra Pinto disse ao empresário:

- Eu sou a pessoa que sequestrou sua filha. Não faça nada. Já fiz muita besteira e posso fazer mais. Estão atrás de mim. A polícia quer me matar. Por isso vim aqui. Pode me ajudar?

Silvio Santos pediu calma e sugeriu que os dois se sentassem à mesa da cozinha e tomassem café. O sequestrador estava irredutível com os negociadores. Fernando Dutra Pinto queria um helicóptero para fugir.

A polícia cercou a mansão e não o atendeu.

Mesmo assim, uma hora depois ele acabou libertando a mulher de Silvio Santos e as quatro filhas, mais amigas de Patrícia Abravanel, que vieram dos Estados Unidos.

Durante as sete horas e meia de negociações difíceis com a polícia que se seguiram, Fernando Dutra Pinto só conseguiu receber atendimento médico para o ferimento à bala.

Vendo que não conseguiria fugir, resolveu se entregar. Antes, como garantia de vida, exigiu a presença do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), que foi à mansão.

O sequestrador pediu para tomar banho e só depois deixou a polícia entrar.

Foi o dia em que o Brasil parou para ver tevê

 

 

FIQUE SABENDO

Em breve lançarei um livro intitulado "Coração Jornalista" com este texto e outros que estou preparando para contar coisas que vivi nos bastidores das reportagens que fiz ao longo de quase 40 anos de profissão.

Imagem da Galeria O jornalista José Luiz Datena, que se mostrou um bom perguntador
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