Convenções e padrões da sociedade não reproduzem o que o coração espera e o que o amor precisa de fato.

Se eu tenho um amor?
É claro que tenho.
Quem não tem um amor
hoje em dia?

Não disse nada,
porque é um amor tímido,
muito tímido,
daqueles que fogem
quando chega gente.

É um amor com um jeitão
diferente.
Ele se esconde, sabe,
debaixo da cama
se lhe chamam pelo nome.
Vergonha pura.

É um amor capaz
de dizer que não é amor,
se for para escapar
de um perigo qualquer.

O amor que eu tenho
é tão tímido,
mas tão tímido,
que desaparece
no meio da paisagem.

Pensando bem,
eu acho que não é amor.

O que eu tenho
de verdade
é uma flor,
que chamo de amor.
 

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