Riscos no Tietê de transbordamento

2 de janeiro de 2021

Riscos no Tietê de transbordamento

Data de Publicação: 2 de janeiro de 2021 22:49:00 Obras realizadas debaixo da represa de Pirapora ameaçam cidades ribeirinhas com as cheias por causa do tempo chuvoso.

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Que a entidade ambientalista Inevat lançou uma campanha contra o governo do Estado para reverter estragos causados pelas cheias do rio Tietê, provocadas por obras realizadas em Pirapora.

 

 

O Instituto de Estudos do Vale do Tietê (Inevat) elegeu a sua nova diretoria para o biênio 2021/2022 no último dia 24 e aproveitou o evento para lançar, de forma contundente, uma cruzada contra o governo do Estado, no sentido de reverter os estragos causados pela construção de dois túneis no rio Tietê debaixo da barragem de Pirapora, cuja finalidade foi a de evitar enchentes na capital.

O ambientalista Ismar Ferrari, membro do Conselho Fiscal eleito, apresentou documento na reunião, assinado por todos e que será encaminhado pelo novo presidente João Baptista Mattos Pacheco Neto aos governos do Estado, dos municípios ribeirinhos e dos órgãos de defesa do meio ambiente, para que sejam tomadas providências contra os túneis e pelo ressarcimento por eles.

De acordo com o documento, essas obras violaram a Constituição Estadual de 1998, em seu artigo 208, que vetou esse tipo de construção naquele ano (eles foram feitos em 2000 e em 2014), e os túneis não contaram com a apresentação de estudos de impacto ambiental, que condenariam o aumento da vazão do rio em cinco vezes, elevando-a para algo em torno de 2.500 m3/s.

O Inevat propõe a criação de um núcleo de defesa dos interesses relacionados a questões de recuperação do Tietê, a ser formado com a participação de Salto, Itu, Cabreúva e Porto Feliz, para atrair membros que se candidatem aos conselhos estaduais (Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Comitê das Bacias do Sorocaba-Médio Tietê), evitando que esses órgãos só tenham gente da capital.

Também defende que os governos das cidades ribeirinhas calculem os prejuízos financeiros decorrentes das enchentes provocadas pela construção dos túneis no meio ambiente, através da poluição, e na economia, com o afastamento de investimentos nas margens do Tietê por falta de segurança e de condições de utilização do espaço, sobretudo com chuvas intensas.

Ismar Ferrari afirma no documento do Inevat que as obras em Salto de recuperação do Memorial do rio Tietê e da Ilha dos Amores, devastados pela última enchente de porte registrada em fevereiro deste ano, que foi a maior da história, poderão se tornar inúteis devido ao aumento da vazão do manancial se houver novas chuvas na mesma intensidade ou próxima da que ocorreu este ano.

Os prefeitos dos municípios ribeirinhos têm, no documento do Inevat, fortes argumentos para cobrar os administradores do Estado, ainda que os investimentos nos túneis não tenham sido feitos pelo atual governo estadual, e devem mesmo fazer essa chamada de atenção, afinal os estragos estão aí e estão sendo bancados pelo contribuinte por erros que poderiam ser evitados.

Cabe à sociedade cobrar os prefeitos.

 

 

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Este artigo foi publicado na seção Opinião do jornal Taperá, de Salto, de 31/12/2020.

Imagem da Galeria Rio avança sobre as suas margens porque teve a vazão aumentada
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