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Rede social é faca de 2 gumes na campanha
Data de Publicação: 30 de setembro de 2020 00:34:00 Quem achava que fazer propaganda política pela internet seria mais fácil, enganou-se completamente na realidade.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Investir em impulsionamento nas redes sociais exige conhecimento. A legislação eleitoral é rígida em relação ao serviço e o facebook também. Candidatos descuidados podem até perder o mandato, se eleitos.
A campanha eleitoral deste ano está sendo muito diferente das que ocorreram em outros anos. Sem dúvida, mas não só por causa da pandemia, que tem impedido ou dificultado o contato pessoal dos candidatos com os eleitores. Também porque as regras para a nova campanha se tornaram mais rigorosas que em 2018.
Esta é a primeira campanha municipal na qual está sendo permitido o impulsionamento das redes sociais. Em 2018 já havia a permissão, mas era outra eleição e as regras passaram a ser mais duras que naquele ano. Hoje, além das normas da legislação eleitoral, existem as que o facebook impôs aos candidatos.
Portanto, quem achava que seria mais fácil fazer campanha pela rede social, já que a pandemia tem impedido o corpo a corpo, enganou-se. O impulsionamento pode se tornar uma faca de dois gumes se não for utilizado com base em dois pilares fundamentais. O primeiro é saber usar essa ferramenta e o outro é a mobilização.
Quem aplicar recursos para impulsionar sem ter um planejamento do que quer exatamente, vai gastar à toa. Se você é candidato e não sabe do que estou falando, contrate, enquanto é tempo, um profissional para realizar esse trabalho. Isto evita dores de cabeça e problemas com a justiça eleitoral depois.
Por exemplo, não se faz anúncios no facebook sem que o responsável por isto tenha a sua conta verificada. O que é isto? Trata-se de uma cientificação da rede social de que você existe de fato, tem documentos e endereço físico reais. Sem isto, não é possível fazer anúncios. O facebook quer se livrar de processos.
Outra coisa: não se pode fazer anúncios a partir de perfis pessoais. O candidato tem de ter uma página para isto. É preciso também criar um rótulo personalizado de propaganda eleitoral, onde aparecerá pago por quem. O candidato precisa ter um e-mail e tem de pagar esse impulsionamento com a conta de campanha.
Assessores e parentes ou o próprio candidato não podem pagar os gastos com impulsionamento com contas pessoais. Se fizerem isto, vão ter problemas com a justiça eleitoral. Todo gasto feito também precisa ter nota fiscal que o facebook emite. Isto será necessário para a prestação de contas depois da campanha.
O candidato precisa ter uma conta de campanha com o CNPJ da campanha para registrar e pagar por ela todos os gastos. Peça sempre nota fiscal e não use o botão azul do facebook para impulsionar. Você precisa ter um controle exato de qual conta está pagando e de que nome está aparecendo como responsável.
Não gaste dinheiro com o impulsionamento para gerar fãs para a sua página. Hoje em dia não faz sentido ter curtidas na página. Antes da permissão de impulsionamento até era importante ter entre 15 mil e 20 mil curtidas em uma página. Hoje não. Se comprar curtidas, pagará duas vezes: por elas e para mostrar as publicações.
O facebook mudou as regras. Ter uma página com muitas curtidas ou não hoje em dia não vai fazer com que o seu conteúdo seja mostrado para mais gente. O que fará isso será o impulsionamento correto feito na página. A realidade atual é muito diferente de quando páginas dependiam de crescimento orgânico.
Outra coisa que tem incomodado os candidatos é sobre o pagamento. Algumas pessoas dizem que não dá para pagar com a conta de campanha, porque lá é só com cheque. Não é verdade. No facebook dá para emitir boletos dos gastos e pagar com a conta de campanha descontando o boleto direto no banco.
Uma outra medida de rigor do facebook é que os anúncios a serem feitos têm de ser aprovados antecipadamente. Portanto, não dá para fazer o impulsionamento a torto e a direito. Notem bem, as publicações feitas vão ficar públicas por sete anos. Vai dar para saber gênero, idade, montante investido de todo candidato.
É fundamental que o candidato ou quem cuida das suas redes sociais faça o investimento em impulsionamento com critério. Esta é uma ferramenta estratégica. Dá para segmentar o público por pessoas, grupos, regiões, hábitos e por aí vai. É um recurso fantástico comparado a antes quando não era permitido.
Também é possível usar a rede para testar um argumento, gerar engajamento e produzir leads, que são fãs interessados no que você, candidato, está falando. A estratégia permite ainda que se faça uma mobilização virtual, ou seja, que o candidato consiga fazer as pessoas se mexerem em torno do seu nome.
Mas fique atento porque, embora não se questione os gastos anteriores à campanha, eles servem de base para saber se agora você está investindo na média ou exagerou. Tem candidato que triplicou o investimento agora e isto pode ser denunciado pelos adversários, gerando punições que podem cassar até o mandato.
Importante saber também que as regras valem tanto para quem disputa um cargo político quanto para quem já tem mandato. Tem prefeitos, por exemplo, impulsionando suas páginas pessoais e usando as obras da Prefeitura para divulgação. Isto é permitido, mas é preciso cuidado com o valor investido agora.
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