SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Um vizinho suspeito, uma mulher em perigo, uma agressão, um crime, uma prisão. Tudo acontece no olhar de quem olha com interesse o que se passa na rua. Mas será que tudo aconteceu mesmo?

Eu os vi da minha janela, olhando cautelosamente por traz da cortina para que não me vissem.

Imaginei que fossem os novos vizinhos da casa da frente.

Não os havia visto antes.

Estavam nitidamente brigando.

Ele, mais nervoso, gesticulava como se regesse uma orquestra e pontuava as frases com expressões que pareciam cobrar aprovação, com o dedo em riste.

Ela abaixava a cabeça como se chorasse.

Não falava nem reagia à saraivada de gestos.

Grande e forte, ele fez menção de esmurrá-la.

Mesmo miúda, ela o abraçou na tentativa de um clinch.

Cheguei a pegar o telefone para chamar a polícia.

Depois titubeei, afinal poderiam ser só namorados.

Mas um policial apareceu quando o homem a puxou pelo braço para olhar algo no chão na frente do carro.

Talvez outro vizinho o tenha chamado.

O homem continuou gesticulando sem parar, falando ao policial. A mulher se manteve quieta, só olhando.

Ela parecia assustada com as mãos ao peito.

Inesperadamente, outro homem, também grande e forte, saiu da casa da frente, foi ao homem que estava falando com o policial e lhe deu um soco com muita força.

O homem atingido caiu de costas no chão.

O policial tentou segurar o que bateu.

A mulher se afastou para trás do carro.

O homem caído se levantou e sacou um revólver.

O policial fez com que baixasse a arma e prendeu os dois.

Em seguida, a mulher bateu em casa para usar o telefone.

Então contou que o primeiro homem a acusava de ter batido no para-choque do carro dele, o que deixou a peça solta a ponto de ter caído completamente no chão.

Mas ela disse que não bateu.

Estivera no local para visitar o namorado, o segundo homem, este sim o novo vizinho da casa da frente.

Só que o primeiro era o seu ex-namorado.

FIQUE SABENDO

Todas as terças e quintas tem uma crônica nova neste espaço.