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Passo a passo para escrever um romance
Data de Publicação: 18 de fevereiro de 2021 22:47:00 As dicas a seguir vão ajudar quem está começando a compreender melhor como estruturar a sua história e transformá-la em um livro.
A primeira qualidade que qualquer escritor precisa ter antes de começar a escrever o seu romance é a ousadia. As história são inesgotáveis, mas precisam de novos caminhos para serem contadas de forma interessante outra vez.
Nas próximas linhas vou dar um passo a passo para ajudar a quem está começando sobre como escrever um romance.
A primeira qualidade que qualquer escritor precisa ter antes de começar a escrever o seu primeiro romance é a ousadia.
Ninguém produz uma obra que escandaliza a sua época ou que ganha prêmios se não for além do ponto até onde todos já foram e por uma razão muito simples: a escrita é inesgotável.
Erra quem avalia que todas as histórias possíveis já foram contadas ou que não há mais novidade que possa envolver o leitor depois de séculos de romances escritos por grandes mestres, afinal sempre se pode inovar.
A ousadia na escrita criativa é uma inovação.
O grande autor Mário Prata, por exemplo, escreveu um romance inteiro na frente dos seus leitores em 2000 quando lançou “Os Anjos de Badaró”, que foi escrito na internet sob o olhar e as sugestões e críticas dos seus seguidores.
Ele escreveu o livro ao vivo no seu site.
Se propor a realizar um trabalho criativo, que sempre foi feito de forma isolada, na presença de todos os seus admiradores, foi uma ousadia enorme do escritor e lhe rendeu muitas experiências para os romances subsequentes.
Eu fui um dos leitores e admiradores de Prata que acompanharam e fizeram sugestões e críticas na produção da história.
Nesse episódio, há uma boa lição para quem está começando: a disciplina.
A partir do momento que se propôs a realizar a tarefa na frente dos leitores, Mário Prata criou uma rotina de trabalho, que compreendia se sentar à frente do computador às 19h e começar a escrever sem parar até às 21h.
Essa rotina não era quebrada nunca.
Durante seis meses, o autor a cumpriu e produziu assim uma comédia policial, na qual os personagens tentam desvendar os mistérios da vida de Ozanan Badaró, um ginecologista que um dia recebeu um convite absolutamente inusitado para catalogar, provar e treinar, digamos assim, garotas de programa.
Ao mesmo tempo em que buscam explicações para as várias situações criadas pelo escritor, os personagens se veem diante dos mistérios da informática e da internet, até então uma novidade que ainda se desenvolvia.
Outra lição dessa experiência é que Prata idealizou a história antes de começar.
Todo autor precisa ter definido o enredo que pretende contar, nem que seja apenas o final da história. Criar um começo e um meio é muito mais fácil do que criar um final, tenha certeza.
Se tiver um final, tipo: um ladrão de órgãos enriquece com a atividade e passa a viver em uma mansão. Mas, em um dado momento, ele descobre que uma de suas vítimas era seu pai.
Com remorso por ter sido o responsável pela morte do próprio pai, o ladrão milionário resolve refazer toda a trajetória de crimes com órgãos humanos salvando vidas a partir da facilitação da intermediação dos transplantes.
Bom, se você tem um final com essa descoberta, basta inventar o início, que pode ser em uma cidadezinha pacata, onde a necessidade de um transplante mobiliza toda a população, mas a paciente morre.
A cena choca o pequeno Yuri, o nosso ladrão.
E por aí vai.
Então, a regra número 1 é ter a história pensada na cabeça ou estruturada em uma folha de papel ou no computador e só a partir disso passar a desenvolvê-la.
Todas as sugestões e críticas feitas pelos leitores de Mário Prata mudavam o curso de alguns personagens, de algumas cenas, mas nunca do roteiro da história.
Se não fosse assim, o autor se perderia no meio do caminho. O autor é o responsável por contar a história. É ele quem guarda o conteúdo.
Hoje em dia as novelas são produzidas a várias mãos devido ao enorme trabalho que demandam, mas o autor da ideia original é quem comanda a história.
Os outros autores dão pitaco em cenas, em personagens e em alguns desfechos.
Há autores para produzirem apenas diálogos.
Depois de ter uma ideia original ousada, o desenho da história que se quer contar e uma disciplina de produção, é hora de pesquisar.
As histórias precisam de ambientes, de eventos e de circunstâncias para acontecerem.
A sua trama se passa nas montanhas nevadas dos Estados Unidos, em uma cidade fria da Europa, em uma praia brasileira ou no deserto do Oriente Médio? Só essa definição, já lhe dá material para escrever bastante.
Pode falar da roupa dos personagens, dos sentimentos deles em relação ao local.
A pesquisa sobre eventos serve para justificar a localização da trama. Por que a história se passa nas montanhas geladas? Porque envolverá a morte de um alpinista.
Já as circunstâncias são situações que marcam uma época ou que reproduzem um tipo de comportamento. Por exemplo, o Festival Woodstock, realizado nos Estados Unidos em 1969, gerou uma apresentação diferenciada das pessoas que estiveram lá.
Aquilo marcou aquela época.
Este mote pode servir à sua história.
Outro episódio: o ataque terrorista aos Estados Unidos em 2001 também foi marcante.
Enfim, são várias possibilidades.
Com a pesquisa pronta, uma ideia original ousada, o desenho da história que se quer contar e uma disciplina de produção, se sente em um canto preparado para isso e comece.
Estabeleça metas diárias: vou escrever dez páginas, um capítulo, dois por dia. Se não conseguir cumprir, não se desespere.
A medida é o ponto em que as tramas saem sem parar. A partir do momento que travou e demora para sair outra linha, descanse e recomece no outro dia.
Se estiver escrevendo e perceber que o travamento não é forte o suficiente para evitar que saiam novas linhas, ou seja, se perceber que ele dificulta, mas não barra a saída, continue.
A estruturação da história antes de começar permite ao autor saber quantos capítulos serão necessários e quantas páginas também.
Isto, é claro, não é uma camisa de força.
Pode ser alterado conforme a necessidade.
Com o número de páginas ou capítulos calculados, escreva tudo em seis meses no máximo. Esse é o tempo ideal para a produção de um romance. Se consumir mais tempo, poderá perder qualidade e ingredientes para prender o leitor, o que é ruim.
Releia sempre o que escreveu.
É a melhor forma de ver se tem erros, se está empolgante, se precisa de reparos.
Escrever é para dar prazer, mas dá muito trabalho antes disso. Esteja preparado para malhar firme na escrita criativa. A satisfação virá quando o leitor abrir um sorriso e disser:
- Porra meu, que história.
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