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O tribunal
Data de Publicação: 15 de dezembro de 2020 19:04:00 IMAGINAÇÂO - Um julgamento que acontece na rua e envolve quem passa, mas não culpa ninguém, porque todos são inocentes.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Tudo acontece no meio da rua e todos são envolvidos sem serem chamados. O julgamento é de um policial que tem de tomar uma medida definitiva. A quem ele deve prender ou ninguém deve ser preso?
Um homem caminhava de cabeça baixa quando topou com um mendigo todo sujo.
- A vida não vale nada, disse o homem.
O mendigo respondeu:
- Então, me dê a sua.
Em seguida, atirou-se sobre o homem com uma faca como se ele fosse um tipo de comida.
O policial deteve o mendigo imediatamente:
- Pare, seu idiota. A ninguém é dado o direito de tirar a vida do outro. Nem a você.
O mendigo reagiu:
- Então o policial precisa prender a mulher dele. Ela tirou a vida dele antes de mim. É por isso que ele está triste dessa maneira.
O homem fez que sim com a cabeça.
A mulher apareceu para se defender:
- Não, eu não tenho culpa de ter tido o coração roubado por outro homem.
Por um acaso, um sábio passava por ali e resolveu entrar na discussão:
- A culpa é da lua. Ela deu o clima para a paixão. Todos aqui são inocentes.
O poeta apareceu do nada e gritou para todos, cruzando a frente do policial:
- Prenda a lua!
Como se fosse Deus falando do céu, lá de cima, com voz forte como um trovão, a lua tomou a palavra para se defender:
- Policial, você deve deter uma dupla que não pode se juntar. Não eu. Prenda a fala doce do homem malandro que espreita as mulheres bonitas e a sedução traiçoeira da mulher, que se oferece com olhares e gestos e se mostra toda tímida. Quando esses dois se juntam nunca resulta em coisa boa.
Um vozerio confuso se seguiu.
O louco pediu a palavra:
- Ninguém deve ser preso.
- Deve sim, disse o homem triste, tentando se vingar da tristeza que sentia.
No contra-argumento, o louco continuou:
- Quando o universo conspira para o amor, não é crime morrer apaixonado.
E ninguém foi preso.
FIQUE SABENDO
Todas as terças e quintas tem uma crônica nova neste espaço.
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