Comandantes de instâncias de poder devem ter o compromisso de cuidar da população e isto envolve fornecer condições para o básico da sobrevivência, que é ter no mínimo emprego e renda.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged do Ministério da Economia, referentes a 2020, dão conta de Salto gerou mais empregos que Itu e Indaiatuba. Os números divulgados apontam que o município fechou o ano com saldo positivo de 508 vagas, contra 323 de Indaiatuba e 10 de Itu.

Se esses números animam o trabalhador da cidade de alguma forma, eles não são promissores para a cidade, já que a geração de emprego ainda é baixíssima e as perspectivas de futuro também. É necessário ir além nesse trabalho: o saldo apurado é resultado de uma movimentação normal do mercado de trabalho.

Para chegar a números melhores, é fundamental que a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus seja reduzida em todo o país e também que o governo municipal invista em uma política de geração de empregos e renda, a começar por uma nova lei de incentivos à instalação de novas e ampliação das atuais empresas.

Ainda é necessário que se estude uma mudança na área tributária para reduzir os impostos cobrados de algumas categorias, sobretudo as de prestação de serviços. Salto tem uma das alíquotas mais altas nessa área e isto leva ou à sonegação de impostos ou ao recolhimento deles em outros municípios.

Concorrência se vence com condições melhores, seja na política de atração e manutenção de empresas, seja na forma de tratar tributariamente o empresário. Precisamos desse empenho dos técnicos da Prefeitura para enfrentar as dificuldades geradas pela crise da pandemia e para sobreviver a ela, já que ainda não passou.

O fechamento de boa parte do comércio nesta semana em virtude da fase vermelha é demonstração do agravamento da crise tanto da contaminação quanto da falta de ação no combate a ela, em que pese haver boas intenções no governo municipal, já que ele depende dos outros governos, onde grassa a irresponsabilidade.

É inadmissível que um presidente como o do Brasil insista nessa negação da doença e sujeite a população a essa disputa política com o governador de São Paulo, outro que não pensa no cidadão, mas na sua eleição apenas, pois desse jeito ambos estão matando na população a chance de chegar a uma saúde melhor.

Enquanto as pessoas não acordarem para a necessidade de se pensar em saúde pública, em emprego e geração de renda e fundamentalmente no Brasil, vamos continuar com hipócritas como esses que fingem que governam para pessoas que fingem que vivem bem e no final todos são enganados e traídos.

Não é isso, senhores.

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Este artigo foi publicado na seção Opinião do jornal Taperá, de Salto, de 30/01/2021.