SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Quantidade de mortes no trânsito aumentou consideravelmente, segundo a Secretaria de Estado da Segurnça Pública. Providências precisam ser tomadas para conter essa elevação o mais rapidamente possível.

Assusta o número de mortes no trânsito de Salto, registradas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, no período de janeiro a outubro deste ano. De acordo com o governo, os casos classificados como homicídios culposos (sem intenção de matar) triplicaram e os dolosos (com intenção) cresceram 25%.

É bem verdade que os números unitários não parecem tão assustadores assim diante de uma cidade com mais de 100 mil habitantes, mas o crescimento é um alerta a ser considerado e quem perdeu seus familiares ou pessoas queridas nessas situações tem um sentimento muito forte em relação ao comportamento.

No ano passado, três pessoas perderam a vida nos chamados homicídios culposos e neste ano o número saltou para nove. Já nos considerados homicídios dolosos, três pessoas morreram em 2019 e neste ano foram quatro. Observe-se que a estatística deste ano pode subir ainda, pois leva em conta apenas o período até outubro.

Diante de um quadro como esse, a primeira análise que se faz é se as condições de tráfego estavam adequadas ou se os acidentes foram consequência da má conservação ou da ineficiência das vias e das sinalizações que organizam e disciplinam a circulação de veículos e o que se observa é que as vias e sinalizações estão boas.

O governo municipal que sai no final deste mês agiu de forma significativa na transformação das vias públicas, seja criando entradas e saídas da cidade que mudaram a cara de Salto, seja asfaltando e colocando semáforos onde se necessitava, embora ainda faltem providências para atender a todas as demandas.

A impressão que se tem é de que falta uma fiscalização de trânsito mais preocupada com a vida e menos com a arrecadação. O que se vê em relação à Guarda Municipal e à Polícia Militar é uma preocupação em multar, mas não em orientar e organizar o trânsito. Talvez se houvesse esse cuidado fosse diferente.

A sanha pela arrecadação vem de cima. Criaram recentemente, por exemplo, um bloqueio administrativo para carros acidentados. Depois de se envolver em uma batida, o cidadão tem de pagar laudos e o Detran para liberar o veículo. Agora na pandemia tem demorado até um ano. Isto só ajuda a melhorar o caixa.

A desculpa é de que se impede que um carro sem condições volte à circulação. Balela. Carros sem condições podem ser pegos na fiscalização, se realizada. O problema é que fica mais fácil bloquear e cobrar taxas. O risco é que muita gente circula irregularmente por conta da dificuldade e aumenta o risco de novos acidentes.

Isto precisa mudar.

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Este artigo foi publicado na seção Opinião do jornal Taperá, de Salto, de 05/12/2020