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Moro erra mais uma vez com sua imagem
Data de Publicação: 2 de dezembro de 2020 18:19:00 O ex-ministro se tornou sócio de uma consultoria que se beneficia de empresas acusadas pela operação Lava Jato.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Ex-ministro da Justiça se torna sócio de consultoria que recebe de empresas investigadas pela Lava Jato. Decisão é tão criticada quanto a que ele mesmo tomou ao se tornar membro do governo de Jair Bolsonaro.
A repercussão extremamente negativa da decisão do ex-ministro Sérgio Moro (Justiça), de se tornar sócio da consultoria Alvarez & Marsal, que tem quase R$ 26 milhões para receber de alvos da operação Lava Jato, revela mais uma vez a falta de cuidado dele com sua própria imagem, em que pese sua aprovação popular.
Não cabe, por uma questão de coerência, a alguém que se tornou conhecido por investigar empresas e políticos acusados de corrupção, ser agora sócio da consultoria que recebe dessas mesmas empresas por conta da operação de investigação que ele, Moro, comandou quando ainda estava juiz federal.
Mas, como o ex-ministro já demonstrou que seus objetivos, em muitas das decisões que tomou como juiz, não eram apenas o de fazer justiça, uma vez que condenou um adversário de Jair Bolsonaro (sem partido) e depois se tornou ministro deste, nada mais estranha na biografia que se perde do magistrado.
Não se está aqui defendendo Lula ou isentando-o dos crimes que lhe são imputados. O que se está dizendo é que soa estranho que ele seja condenado e logo em seguida o seu condenador se beneficie de um cargo com o seu principal adversário político. Sobretudo porque Moro nada tinha ver com Bolsonaro.
A saída do governo por discordância de métodos e por interferência injustificada do presidente na pasta que comandava demonstra claramente a falta de sintonia entre o ex-juiz e o presidente, que o usou com sua credibilidade popular para dar credibilidade ao seu governo enquanto lhe foi útil.
Se Moro quiser manter o propósito de se tornar candidato a presidente em 2022, como vem conversando com Luciano Huck, terá de mudar sua postura e passar a prezar mais a imagem. Não se iluda ele achando que sua credibilidade alcançada às custas da Lava Jato e contra uma série de desafetos da nação será eterna.
Afora essa questão pessoal e técnica do próprio ex-ministro, investigadores da Lava Jato e outros agentes da política nacional deveriam colocar essa sociedade sob investigação. Afinal, o juiz colocou essas empresas que hoje pagarão quase R$ 26 milhões à sua consultoria nas condições em que estão para terem de pagar.
No mínimo é uma atitude estranha a sociedade diante desses fatos todos, ainda que o ex-ministro tenha o direito de trabalhar onde quiser e se associar com quem quiser. O problema aqui não é só em relação aos direitos, mas também e principalmente aos deveres, já que à mulher de César não basta ser honesta.
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