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Líder que não destaca a individualidade perde
Data de Publicação: 10 de abril de 2021 18:32:00 AUTOCONHECIMENTO - Para manter o grupo unido, harmonioso e focado, é necessário que cada um descubra as suas potencialidades.
Cada ser humano tem o seu valor e a sua história, que são únicos. É a soma desses talentos que forma um conjunto forte.
Exercer o papel de liderança, de gestor ou de comando de maneira geral é uma responsabilidade dobrada.
Ao mesmo tempo que tem a missão de conduzir pelos melhores caminhos, precisa se atentar para a integridade do grupo.
O papel do líder, gestor ou comandante é o de escolher bem quem vai compor a sua equipe e depois é o de motivá-la para que ela chegue aos objetivos traçados e necessários.
Mas líder, gestor ou comandante que não destaque a individualidade fatalmente vai perder o conjunto dos seus comandados.
Ocorre que as pessoas focam errado.
Um dos maiores erros dos seres humanos é viver sempre se comparando aos outros.
Aliás, que atire a primeira pedra quem nunca teve essa atitude, não é verdade?
Por isso, invariavelmente, quem está à frente precisa mostrar que cada um tem um papel único, importante e necessário para o conjunto.
Do contrário, uns vão ficar tentando superar os outros e os outros as estes uns.
A competição é saudável para estimular, mas é danosa para a harmonia do grupo.
Melhor é definir individualmente o papel de cada membro e trabalhar essa individualidade.
É necessário fazer o seu colaborador compreender que ele é um ser ímpar, único, e que tem suas próprias histórias e vivências para contribuir com o conjunto.
Se comparar é puxar a si mesmo para baixo, e desvalorizar todo o seu caminho percorrido.
Em todas as equipes que comandei fiz questão de trabalhar essa individualidade, chamando cada um para dizer da sua importância e do seu papel dentro do grupo.
É a soma dos talentos individuais que forma um conjunto forte e harmonioso.
Um exemplo desse processo vivenciei quando dirigi um jornal aos 23 anos em Salto.
O já extinto “O Trabalhador” era um jornal semanal, impresso em chumbo e com tiragem de menos de 800 exemplares.
Tinha uma secretária, um linotipista, um montador de páginas e um ajudante.
Essa era toda a equipe que eu tinha.
Evidentemente havia colaboradores, que escreviam reportagens ou artigos.
Mas o grosso do trabalho estava ao nosso encargo. Eu fui eleito para o comando da entidade que era dona do jornal. Por consequência, assumi também a direção dele.
Na época, outro membro da entidade assumiu comigo para se encarregar de cuidar da arrecadação publicitária e de fazer a gestão administrativa. A minha parte era só comandar a redação e produzir um jornal de qualidade que pudesse melhorar de tiragem.
Apenas três meses depois da nossa posse, o outro membro da entidade desistiu e eu fiquei com toda a responsabilidade.
Essa equipe era muito jovem.
Com exceção do linotipista, à época com uns 60 anos, os outros eram mais jovens que eu. Só a secretária era próxima da minha idade.
Pois bem, foi aí que aprendi a importância de destacar a individualidade para ganhar o conjunto e foi a duras penas.
O jornal ia mal na parte financeira.
Eu não tinha como resolver de pronto.
Precisava de tempo.
Mas eles não esperaram.
Ameaçaram fazer uma greve por melhores salários e se eu não os tivesse trabalhando não conseguiria fazer a edição circular no sábado.
Eu não sabia como contornar a situação.
Até que me veio à mente o papel de cada um.
Chamei um a um e disse que entendia o que estavam buscando e me coloquei junto com eles nessa busca afiançando que os atenderia.
Mas disse que não poderia ser naquela hora.
Evidentemente, eles não aceitaram.
Mesmo assim, consegui colocar na cabeça de cada um que eles eram a vida daquele jornal.
Eram eles que haviam tocado todas as edições até ali e, se eles não estivessem lá para fazer a próxima, ela não existiria.
Eles estavam ajudando a construir uma história, que fazia parte da história da cidade e da história de cada um deles.
Disse que tinha orgulho do trabalho que fizeram e que os admirava por isso.
As conversas individuais não surtiram efeito imediato, mas a sementinha plantada sim. Aos poucos um foi falando com o outro que nunca tiveram o reconhecimento da sua importância e que achavam que deveriam me dar um voto de confiança.
Resultado: a greve não saiu.
Estavam motivados a ela porque o outro jornal da cidade havia dado aumento para os seus funcionários. Eles viviam uma situação muito melhor com tiragem de quase quatro vezes a nossa e muitos anunciantes.
Eu disse a eles que não podiam alimentar a ideia de achar que a grama do vizinho era sempre mais verde, afinal as pessoas e as situações só são tão perfeitas quando as vemos de longe e não temos todas as informações.
Reforcei que a única comparação que deveriam fazer era com eles mesmos.
Disse que sempre se perguntassem: “Hoje eu fui um pouco melhor do que ontem?”
E enfatizei: se abasteçam de palavras e pensamentos positivos e carinhosos, tenham orgulho de ser exatamente quem são e vocês já serão melhores e isto fará o conjunto melhor.
Quando deixei a direção do jornal, ao final do meu mandato, tínhamos uma tiragem quase igual à do concorrente e uma situação financeira melhor do que eu encontrei.
O melhor de tudo: havíamos feito história juntos e cada um com seu talento individual contribuiu fortemente para isso.
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