Fuja desse mal: a síndrome do descrédito

8 de fevereiro de 2021

Fuja desse mal: a síndrome do descrédito

Data de Publicação: 8 de fevereiro de 2021 08:49:00 O primordial é não perder a nossa essência e não fortalecer a nossa arrogância: os extremos matam o meio inadvertidamente.

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Existem muitas formas de se fazer sucesso. O problema é que a sociedade impõe um tipo só. Aprenda as diferenças e conseguirá viver melhor. Escrever exige sensibilidade. As circunstâncias levam ao brilho.

 

 

Começar qualquer atividade é a coisa mais difícil sempre: ou porque não acreditamos naquilo que faremos ou porque não acreditam que conseguiremos fazer o que nos propomos.

Alguns escritores sofrem com esse mal mais do que a maioria e isto pode estar ligado a um outro problema que aflige diversas pessoas.

Trata-se da síndrome do descrédito, uma autopercepção ilusória e distorcida das próprias habilidades, que leva indivíduos – mulheres, em especial -, a acreditarem que não são qualificados para desempenhar tarefas para as quais têm plena competência.

Neste caso se somam o receio de que não se é capaz com o descrédito dos outros.

Se você se sente constantemente atormentado por sentimentos de incapacidade ou de inferioridade como esses, saiba que essa sensação pode ser combatida e derrotada em todos os campos.

O mestre Stephen King orienta em seu manual de escrita que o autor sempre acredite que é capaz e isto independentemente do que o cerca e dos seus eventuais fracassos.

Quando menino eu queria ser jogador de futebol. Só que havia dois problemas: eu não era bom jogador e existiam muitos jogadores bons. Acrescentaria ainda um terceiro problema, que mais se parece com os cenários que a maioria das pessoas enfrenta quando tenta fazer alguma coisa e não consegue: o campinho de futebol era em frente de casa.

Ou seja, era natural que eu quisesse ser jogador de futebol, também era perceptível facilmente que havia jogadores melhores do que eu e mais ainda que eu não podia fugir daquela realidade, pois estava à vista.

O que fazer então?

É este o conselho que dou a quem está começando a escrever, se vê nessa situação de inferioridade e se julga incapaz: não desanime nem desista no meio do caminho.

O sucesso em determinadas áreas não é só aquele em que o ídolo aparece com destaque. Falando de futebol ainda: o que seria do Neymar, craque que é de bola, se não tivesse bons treinadores, clubes organizados para contratá-lo e mantê-lo e outros jogadores não tão bons com quem pudesse jogar?

Isto quer dizer que se pode alcançar sucesso também de outras maneiras.

Tudo depende de como se enxerga a realidade. O também mestre Luiz Fernando Veríssimo ensina que os tristes acham que o vento geme e os alegres acham que ele canta. Ora, não se trata de se conformar, mas de reagir com aquilo que é possível reagir.

Percebi entre os meninos que jogavam melhor que eu que ninguém queria jogar no gol. Todos queriam ser atacantes e fazerem gols. Então me propus a ser goleiro. Estava feito. Eu era escolhido primeiro para a montagem dos times e eu podia escolher quem faria parte do meu time.

Veja que essa minha decisão de reagir com o que eu possuía já me deu autoridade no campinho de futebol. Resultado prático: eu escolhia os melhores e jogava tranquilo no gol.

Ah, mas e a vontade de fazer gols como os atacantes?, certamente me perguntariam.

Não passava essa vontade: eu saía do gol para chutar contra o outro gol e, pasme, consegui ser o goleiro artilheiro do meu time muitas vezes, ou seja, um sucesso.

Se perguntarem aos meninos daquela época do que eles se lembram, certamente dirão dos gols que os melhores faziam. Ninguém ou quase ninguém se lembrará do goleiro, ainda que ele tenha sido artilheiro.

Desse modo também, o Brasil tem diversos autores que vivem no anonimato das grandes badalações, mas já escreveram milhares de livros em outras versões, que vão do livro de banca de jornal aos livros para cegos, um mercado em ascensão não só por aqui.

Portanto, esqueça a baixa autoestima intelectual. Ela é a principal causadora desse mal paralisante da síndrome do descrédito, que costuma levar a uma outra situação desastrosa e desnecessária para qualquer um.

Trata-se da imposição que o indivíduo nessa situação se faz de transformar a suposta falta de capacidade em horas de trabalho extra como forma de compensação.

O que acontece com essas pessoas é a crise chegar ao ponto máximo, causando depressão e muitas vezes o fim de uma carreira.

Existem alguns meios para combater esse mal, e o principal deles é reconhecer os seus pontos fortes e exercitar a sua autoconfiança com relação aos seus talentos e competências.

Deixe de lado um pouco as pessoas que não te valorizam como profissional da arte de escrever. Críticas, destruições daquilo que se faz, gente para agourar nunca faltarão e nunca deixarão de aparecer em nossas vidas.

Livre-se delas.

Só não se isole do mundo para não perder a realidade e poder estar antenado com ela.

Lembre-se: você é capaz.

Todos nós somos capazes.

Precisamos algumas vezes de ajustes, de conselhos, de ajuda de quem conhece. Busque-os. Saiba que o aprendizado é constante e não deve ser nunca abandonado.

E aproxime-se de gente boa.

Outro mestre, Guimarães Rosa, já dizia: “É junto dos bão que a gente fica mió”.

Admire o caminho que percorreu para chegar aonde está hoje, e acredite no seu potencial sempre, todos os dias mesmo.

 

 

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Imagem da Galeria Não desanime nem desista dos seus projetos por causa de críticas
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