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Fugir da realidade atrai mais leitores
Data de Publicação: 20 de janeiro de 2021 09:36:00 Pesquisas de grandes livrarias mostram que os livros mais vendidos são os de aventura e que as pessoas querem sonhar.
Quem nunca quis fugir de onde está, conhecer outras pessoas e viver novas histórias, é claro, sem deixar de ser quem é? Todos os dias temos esse desejo. Basta um dia ruim, pessoas chatas e a mesmice da rotina.
Já falamos aqui que o candidato a escritor deve pensar em que tipo de história o mercado procura para não ver o seu livro encalhar. Mas a escolha do tipo de livro não é uma tarefa fácil, pois ninguém sabe de antemão o que vai fazer a cabeça do leitor na próxima estação.
Se bem que as feiras de livros e os rankings dos mais vendidos podem dar boas pistas para quem pesquisa antes de escolher. De qualquer forma, o melhor caminho é fugir da realidade para atrair mais leitores e conseguir firmar um público fiel que possa garantir o sucesso.
A comunicação da Companhia dos Livros fez uma pesquisa para desenvolver uma campanha publicitária e chegou a essa tese. A campanha se baseou na fuga da realidade porque os livros de aventura são os que mais vendem, mas acabou conquistando leitores que nem eram fãs.
É que a fuga da realidade tem um efeito psicológico bom. Quem nunca quis fugir de onde está, conhecer outras pessoas e viver novas histórias, é claro, sem deixar de ser quem é? Todos os dias temos esse desejo. Basta um dia ruim, pessoas chatas e a mesmice da rotina.
Se você está começando a escrever e ainda não tem um tema para abordar, invista nessa fuga da realidade. Vale qualquer coisa: desde uma ficção científica na qual se explore outros planetas, outras formas de vida, até um mundo onde você seja o senhor, quem decide o que acontece e o que não acontece.
O que precisa é reunir elementos fantásticos, personagens inusitados e recriar cenários onde se possa ser nada mais nada menos que um ser humano, que ama, que odeia, que se vinga, que perdoa e que faz uma jornada inteira de lutas, conquistas e buscas para ser feliz.
Não é isso o que nós somos? Somos apenas e tão somente seres humanos que estamos aqui para sermos felizes. A vida nem sempre nos dá essa felicidade e quando dá ela nunca vem de mão beijada. Então tem de lutar, tem de enfrentar perigos e mostrar inteligência e força.
O ponto de partida para mergulhar na sua história é escolher o tipo de ficção: será uma aventura espacial, será um suspense revolucionário, será um terror Pulp, será uma história dentro de outra história para que os personagens se reencontrem. Não importa.
Depois, escolha o conflito: o mocinho precisa conquistar outro planeta para salvar a mocinha na Terra ou então tem de achar uma cabeça de dinossauro que vai abrir um reino de riquezas que garantirá a vida do casal ou ainda o mocinho descobre que a mocinha é uma morta e ele precisa descobrir um mistério para ressuscitá-la.
As possibilidades são infinitas. Basta que o escritor se sente à frente do computador e comece a sonhar. Quando eu era pequeno, ia ao banheiro e, enquanto as coisas não aconteciam, imaginava que eu pudesse desaparecer dali e reaparecer em outro planeta mágico.
Lá, eu era capaz de me tornar o que quisesse e assim vencia o menino fortão da escola, era mais rápido que o inteligente que sabia tudo na ponta da língua e ainda era mais bonito que o príncipe encantado da minha amada e tudo isso me garantia o amor da minha princesa.
As histórias iam longe e eu nem percebia mais onde estava ou o que estava fazendo. Às vezes passava horas lá. Até que alguém batesse na porta e reclamasse da demora. Então despertava do transe e voltava para a realidade e invariavelmente não gostava dessa volta.
Sonhar não tem lugar, hora ou motivo especial. Dê asas à imaginação e não se critique antes do final. Quando escreveu o best-seller “Deus Negro”, Neimar de Barros foi perguntado: Como pode dizer que Deus era negro? E ele respondeu: Como pode dizer que não era?
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