Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência.
Etapas para escrever o seu primeiro livro
Data de Publicação: 4 de fevereiro de 2021 15:01:00 Começar é sempre mais difícil em qualquer situação, mas não deixe de lado a ideia: siga os passos indicados e realize.
Siga os passos para começar o seu romance e no final verá que era bem mais fácil do que você imaginava. O segredo está em ter em mente o que se pretende tratar e o que se espera com a obra.
Escrever o primeiro livro é uma tarefa que muitos candidatos a escritores protelam tanto quanto pessoas que pensam em emagrecer adiam iniciar a academia e uma dieta.
A razão me parece que é a mesma.
Nem um nem outro sabe exatamente por onde começar ou não tem certeza de que o caminho escolhido é o melhor.
Neste artigo, os candidatos a escritores conhecerão um método infalível para chegar lá sem todo o esforço que imaginam.
É a academia sem dor.
O começo de tudo na vida é sempre o ponto mais difícil.
Temos de enfrentar o desconhecido e esse é o maior medo que temos em toda a nossa existência. Estudos dizem que as pessoas sofrem o dobro quando temem algo que não conhecem.
Outro aspecto que leva à procrastinação é a amplitude do leque de possibilidades que existem na hora de escrever.
Afinal, em princípio, não existem restrições para o que você pode ou não fazer com as palavras. Muito menos ainda em relação a quando, onde, como e com quem em especial.
Essa situação me lembra uma crônica de Carlos Drummond de Andrade, “A gaitinha”, que ele publicou em três livros diferentes e que também recebeu o nome de “Caso de Escolha”.
O texto retrata a história de um presente que o padrinho daria ao afilhado no seu aniversário. O menino não queria roupa ou livros. Então o padrinho o levou a uma loja para que ele escolhesse o que lhe agradasse mais e lá o aniversariante se encantou com uma gaitinha, um instrumento musical que nem sabia usar direito.
O irmão, ao saber do que fora escolhido, gozou a cara do aniversariante, pois ele desprezou uma série de presentes para ficar com uma gaitinha sem graça e sem função.
Pois o irmão resolveu provar que poderia fazer melhor.
Quando o padrinho dele apareceu, disse-lhe que faria aniversário e pediu um presente. Foram à mesma loja. O padrinho o levou para escolher o que quisesse e ele escolheu a gaitinha.
Ou seja, quando se tem muita possibilidade de escolha, se indica o que ninguém gostaria e isto faz com que paremos no meio.
Para evitar situações como essas de não se ter certeza do melhor caminho e ou de se ter muitas opções e acabar com uma ruim, sugiro que o candidato a escritor faça um planejamento.
Umberto Eco, famoso escritor italiano de fama internacional, dizia que é preciso, antes do livro, se ter um mapeamento do local onde a história se passará, do tempo em que ocorrerá e dos personagens que a comporão e só aí se passa a pensar na trama.
É um modo, mas não é o único.
Para mim, o mais importante é ter em mente que história você quer contar: quero falar de um homem injustiçado que acaba recebendo um novo veredicto ou então de uma mulher que é subjugada a vida inteira até dar um basta e virar a sua perspectiva de cabeça para baixo, criando para isso novas energias e limites.
A partir da escolha do tipo de história se define a forma de se contar: será uma história linear (com começo, meio e fim) ou vai começar no final e volta contando o que aconteceu ou ainda começa no meio, volta para o início e acaba triunfante.
E aí sim começa então a definir os personagens, o local, o tempo.
Na Globoplay é possível ver um seriado agora que brinca com a forma de contar a história indo mais além ainda.
“Por que as mulheres matam” reúne três casais na mesma casa, mas em épocas diferentes (1963, 1984 e 2019), e nos três as mulheres colecionam argumentos para matar os maridos.
E a forma de contar uniu a história de cada casal à dos outros, como se fosse uma história só. Então começa com as cenas do casal de 1963 e no segundo e terceiro blocos vêm as histórias dos outros dois casais e cada um vive o seu problema, mas todos estão ligados.
Para complicar mais, no primeiro casal, o marido trai a esposa com uma garçonete mais jovem; no segundo, o marido trai a esposa com outros homens; e no terceiro, o marido trai a esposa com o caso dela, já que têm um casamento aberto e ela é bissexual.
Veja, o autor conseguiu contar três histórias ligadas pela mesma casa e pelo mesmo tema (matar o marido traidor) e ainda fez isto de uma forma engraçada e única.
Como se vê, as possibilidades são muitas, mas, se houver um planejamento e uma estrutura definidas antes, tudo se tornará mais fácil e caberá à criatividade de cada um chegar lá.
Saiba que é possível e que é prazeroso.
Anote isto
De segunda a sexta-feira você encontrará um artigo novo neste espaço sobre literatura, escrita criativa ou livros.
Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|