Escrever exige antes organização

9 de fevereiro de 2021

Escrever exige antes organização

Data de Publicação: 9 de fevereiro de 2021 08:50:00 Prepare o seu material antes de começar: encontre um lugar calmo, limpo e onde tenha espaço para pesquisas e leituras.

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Todo escritor precisa ter um lugar preparado para começar a colocar para fora a sua história. Um canto onde exista espaço, limpeza e condições para ler, anotar e se sentir confortável o tempo todo.

 

 

A organização é o ponto de partida para qualquer atividade que se resolva fazer com a expectativa de algum sucesso.

Fora dela existem coisas que dão certo, mas contam com a sorte e com a oportunidade.

Por que falo da importância da organização?

Porque ela torna a tarefa mais simples.

Imagine que você vai ter de escrever um artigo para o jornal ou uma crônica ou um conto e que a sua mesa esteja repleta de livros e papéis que nem você sabe o que são.

Você não vai se sentar e começar a escrever no meio dessa bagunça, não é?

Até porque, se fizer isto, vai se perder na busca de informações e não terá onde anotar o que conseguir, mesmo que essa anotação seja realizada no próprio computador.

É preciso limpar a mesa e colocar papel em branco e caneta ao lado para uma eventual anotação que se fizer necessária.

Depois, o próximo passo é definir sobre o que vai tratar, ou seja, o tema do artigo, da crônica ou do conto. Vai falar sobre a falta de água na cidade, sobre como os mais velhos estão recebendo a vacina contra a Covid ou ainda então uma saga sobre como se virar sem emprego nesse momento de crise.

Não importa qual seja o seu assunto.

Você tem de defini-lo antes de tudo, afinal ninguém começa a escrever sem isto, pois do contrário seria como andar em círculos.

Mas o tema não é tudo.

Definido sobre o que vai falar, precisará de um desenvolvimento e de uma conclusão.

O desenvolvimento de um artigo são as argumentações que utilizará para provar ou negar a tese que apresentou logo de início.

Se disse que hoje em dia água virou ouro, vai precisar justificar essa afirmação. A falta de água não é suficiente. Precisa colocar números, contar situações vividas por moradores e comparar consumos, por exemplo.

Em uma crônica, o desenvolvimento é o contar da história. Usando o exemplo da vacina aos mais velhos, você pode dizer que dona Isaura, inventei agora, gritou como se tivesse 17 anos quando foi espetada pela agulha.

Assustada, a enfermeira perguntou se doía e dona Isaura se lembrou de quando tinha 17 e teve de pular a grade da  casa onde morava para escapar do flagra do pai a um novo namorado.

Quando pulou, espetou o braço na ponta de uma lança de enfeite. O instrumento de ferro perfurou a pele, arrancou muito sangue e provocou uma dor da qual ela se lembra até hoje e que passou por sua cabeça ao tomar a vacina.

Veja, tudo isto é o desenvolvimento.

Se pode contar muito mais coisas ainda em acréscimo ou em substituição ao que foi dito.

O desenvolvimento de um conto é semelhante, mas envolverá conflitos mais complexos do que um flagra do pai de dona Isaura, algo como contar que um homem com pós-graduação passou a trabalhar como garçom em um restaurante em virtude da crise.

Ele precisa fazer dinheiro para pagar o casamento da sua única filha.

A tradição manda que o pai da noiva pague a festa e a cerimônia em si, enquanto o pai do noivo banca a lua de mel e a casa nova.

O problema é que Adonis, vamos chamar o nosso herói assim, se sente mal por estar desempregado e não conseguir uma nova colocação rapidamente por sua idade e pela crise e teme que isto prejudique a filha.

É por causa disso que ele aceita trabalhar como garçom em um restaurante e fazer parte de uma equipe de festas para o período noturno e nos finais de semana com o grupo do restaurante que o contrata.

Envergonhado por ter um currículo muito bom e trabalhar em uma função que não exige formação, Adonis tenta se esconder, mas é reconhecido por pessoas das suas relações.

A situação se complica quando o pai do noivo da sua filha o vê. O homem é muito rico e acha ofensivo para sua família que o filho se torne noivo da filha do garçom. Ele pede ao filho que desista da moça. O rapaz é forçado a terminar o relacionamento e a filha passa a culpar o pai.

E por aí vai uma história inteira a ser criada.

Com o desenvolvimento pronto, você deve pensar em uma conclusão.

Essa é a parte que encerra o seu artigo, crônica ou conto e tem uma relevância grande. Não adianta nada você escrever bem a tese e o desenvolvimento e não ter um final à altura.

No primeiro caso, o do artigo, é aquele parágrafo que sintetiza todos os argumentos e que dá uma luz sobre o que deve ser feito.

No caso da crônica, é a moral da história.

Nesse ponto o autor diz algo como, usando ainda o exemplo da vacina em idosos, ser velho não é ser abandonado como se não servisse, pois os mais velhos têm lições a ensinar.

Para o conto, a conclusão é o desfecho.

É quando quem escreve desvenda todos os mistérios e artimanhas contados durante o desenvolvimento e resolve os problemas.

Não pode ficar personagem sem solução.

É como se fosse o capítulo final da novela.

Todo o processo exige a organização inicial para ter um planejamento do que será escrito, mas também depois para desenvolver e chegar ao final. Escreva com linguagem simples. Ser fácil de entender facilita a atração da atenção.

Faça sempre uma boa pesquisa sobre o assunto que você vai falar. A internet está cheia de informações que podem complementar ou até mudar totalmente a direção da sua história. E pesquisar enriquece o seu conteúdo.

Seja sempre direto, sem enrolação.

Não esqueça de que tudo deve ter sempre uma sequência lógica, com começo, meio e fim.

Aposte em contar histórias, porque elas prendem o leitor e dão vida ao escritor.

 

 

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Imagem da Galeria Ter um local próprio para escrever, onde possa se concentrar é o ideal
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