Entre a faca e a vida

22 de setembro de 2020

Entre a faca e a vida

Data de Publicação: 22 de setembro de 2020 18:59:00 MISTÉRIO - Quem cuida da segurança, nem sempre é atento o suficiente com ela e uma falha pequena que seja pode custar muito caro.

Compartilhe este conteúdo:

 

SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Desconhecido ataca policial e o mata no portão da casa. A polícia investiga com urgência para prender o assassino, pois quer vingar a morte de um de seus homens. Mas se surpreende com o responsável.

 

 

A facada veio do lado esquerdo do portão.

Estava a uma distância muito curta. Não deu tempo de evitar o golpe. A lâmina entrou rasgando tudo. Junto, uma dor insuportável.

Esticou o peito, como fazia quando criança, enquanto dizia que era de ferro. Não era.

Se tivesse olhado para aquele lado antes.

Fazia sempre a checagem do portão à noite para evitar surpresas como aquela.

Não acreditou que estava acontecendo justamente em um domingo.

Falhara no momento em que não podia.

Em uma pequena fração de segundos pensou em como a vida podia ser um sopro, um suspiro, uma decisão apenas e pronto.

Tudo pelo que sempre lutou escorria dele como o sangue que vazava e se espalhava pela roupa e pelo chão a partir do buraco deixado pela faca, que fora retirada com a mesma força imposta pelo agressor para entrar.

Os olhos embaçaram e escureceram.

Minutos depois.

- Ele se foi, disse com a cabeça do marido entre as mãos, aos prantos, apática, como se o medo lhe tirasse a energia para gritar.

Achava que não havia mais nada a fazer.

Mas o filho foi atrás do assassino na rua.

Em vão: tão rápido quanto enfiou a lâmina na barriga do pai, ele desapareceu no escuro.

 

Em menos de meia hora mais de 20 policiais estavam na casa, outros faziam buscas nas imediações com lanternas e cães.

A rua fora interditada para a investigação.

A morte de um policial sempre gerava ações concentradas e escandalosas como aquela em Nova Iguaçu, uma região violenta da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

As milícias e o tráfico não engoliam isso.

Policiais sempre morriam no tiro da vingança ou na ponta da faca do ódio deles.

- Como aconteceu?, quis saber o capitão Moretti, comandante da operação.

Magda não sabia.

O marido checava o portão sozinho. Sempre fazia isto, ela disse. A rotina era repetida com muito cuidado, mas desta vez ele falhou.

- Vocês não viram ninguém?

- Não, agora era Maurício, o filho do sargento Lopes, quem respondia ao capitão.

- Você foi atrás do assassino?

- Eu fui atrás na rua assim que ouvimos o grito de dor dele. Minha mãe socorreu meu pai e eu corri para alcançá-lo, mas não vi nem sinal dele. Andei até a esquina e voltei.

- Foi uma execução capitão, disse um dos policiais, perito da Polícia Técnica.

- O que quer dizer?

- Quem matou o sargento enfiou uma faca de 25 cm por seis até o cabo. Depois virou a lâmina dentro dele para ter certeza de que os ferimentos seriam mortais. Se não morresse na hora, não resistiria muito tempo sem dúvida. Tinha muito ódio do sargento ou muita frieza.

O capitão Moretti voltou-se para a viúva:

- Vamos achar o criminoso ainda hoje.

- E o que importa isto agora capitão?, disse Magda com os olhos murchos e vermelhos de tanto chorar com a cabeça do marido nas mãos.

- O sargento Lopes era um policial exemplar para a companhia. Não deixaremos que a sua morte apague as suas conquistas.

O comandante e os policiais ainda ficaram algum tempo na casa em busca de pistas.

Mas a primeira delas surgiu fora dali.

O criminoso deixou cair um crachá de funcionário de supermercado quando fugiu.

Ao menos era essa a conclusão a que os policiais chegaram ao ver o documento ainda dentro do plástico e preso ao cordão para pendurar no pescoço como de praxe.

A situação em que fora encontrado evidenciava que caíra subitamente enquanto o seu proprietário corria e não fora percebido.

O capitão leu o nome de forma pausada:

- José Aristóteles da Silva.

- Temos o homem capitão?, disse o cabo Wilson, que sempre o acompanhava.

- Temos.

 

Sargento Frederico Lopes ficou conhecido na corporação como uma pessoa do bem.

Tinha uma vida como policial militar. Eram mais de 20 anos servindo.

Sua atuação era irretocável.  

Não havia nada que o desabonasse ou que pudesse gerar um crime de ódio como aquele.

Nem mesmo nas atividades policiais em que tinha de agir com mais rigor e muitas vezes até violência, o sargento Lopes sempre fora comedido e nunca chegara a ser acusado de excesso ou mesmo de descontrole.

Nas horas vagas, coordenava havia dois anos já ação solidária em defesa das comunidades mais carentes da Baixada Fluminense, como Roseiral, em São João de Meriti.

Lá, ele proporcionava a realização de palestras educativas, atendimento a familiares de vítimas do tráfico e campanhas como Natal Solidário, com a doação de cestas básicas, e CNH Solidária, para a habilitação gratuita.

A notícia da sua morte chocou os colegas e toda a vizinhança dele, onde era querido e respeitado não só pela farda, mas pela simpatia dele e pelas ações que desenvolvia constantemente em favor de quem precisava.

Ele sempre dizia que havia seres humanos por baixo da farda que usavam.

 

Na segunda-feira, os policiais trouxeram à presença do comandante Moretti o dono do crachá de supermercado.

- Por que você matou o sargento Lopes?

- Eu não matei ninguém. Eu juro. Não tenho nada a ver com esse crime. Nem sabia dele.

O rapaz era negro, magro, franzino e alto.

Dono de sobrancelhas grossas, cabelo carapinha grande e bigode fino.

Tinha barba apenas na parte debaixo do queixo. Os pelos iam dali até o pescoço, mas não se podia vê-los se não levantasse a cabeça.

Olhos grandes, negros também, ele chorava enquanto falava demonstrando um misto de medo e de nervosismo com as perguntas.

- Como explica então o seu crachá do trabalho ter sido encontrado no chão perto da casa onde o crime aconteceu? Você o deixou cair na hora da fuga, por isso ele estava dentro plástico e preso ao cordão de pescoço, não é?

- É verdade que eu o deixei cair, mas não por estar fugindo. Quem estava fugindo era o homem que trombou comigo.

- Que homem?

- Quando eu passava por aquele lugar, estava ouvindo música com os fones de ouvido do meu celular e não percebi a aproximação de um homem. Até porque ele corria e tinha muita pressa para entrar no carro, pelo que pude perceber quando quase me atropelou.

- Como assim? Quem era esse homem? Descreva-o fisicamente. Que horas eram? Que carro era o que ele entrou para sair dali? O que ele lhe disse? Como ele estava vestido? Estava com algum objeto nas mãos?

- Bom, eu não sei quem ele era. Só vi que era alto como eu e magro também. Era negro como eu, mas o cabelo dele estava coberto por um capuz da blusa. Ele entrou em um Fiat Uno e saiu em disparada. Usava uma calça e uma blusa com capuz. As duas pretas.

- Que horas eram?

- Não sei. Acho que perto de dez horas. Eu saio do supermercado dez horas. Estava indo embora. Devia ser 10h10. O supermercado não fica longe dali. Acho que umas quatro quadras.

- Ele estava com alguma coisa nas mãos?

- Não sei dizer. Acho que sim. Parecia um arco. Não vi direito. Era alguma coisa comprida.

- Uma faca?

- Não, acho que não. Não brilhava. Se bem que me pareceu estar dentro de uma capa o que ele levava. Mas parecia um arco.

- E o carro? Você viu a placa? Que cor era? Tinha algum detalhe curioso?

- Era preto. O que eu achei curioso é que ele tinha um bagageiro no teto. Era bem amarelo. Chamava a atenção por isso. Havia alguma coisa escrita na porta, mas eu não li. Havia uma escada pequena presa ao bagageiro também.

- Em que direção esse homem seguiu?

- Em sentido bairro, direção oposta a que eu vinha. Ele já ia nessa direção. Nós dois íamos para o mesmo lado. Eu acho que ele quase me atropelou porque corria enquanto olhava para trás. Não deve ter me visto. Nós nos chocamos e caímos. Ele se levantou rápido e me xingou.

- O que ele disse?

- Não olha por onde anda seu filho da puta.

- E como era a voz dele?

- Era forte, grave, com sotaque do Ceará.

- Como sabe que o sotaque era do Ceará?

- Eu vim de lá capitão.

- Então esse homem é seu conterrâneo?

- Não sei, mas muita gente veio e vem de lá para tentar a vida em São Paulo. Eu não o conheço, se é isso que quer dizer.

O capitão esticou a mão ao rapaz com o crachá entre os dedos para que ele visse o objeto e depois o guardou e disse:

- Você está preso.

- Mas eu não fiz nada capitão.

- Ficará aqui até confirmarmos se o que disse é verdade ou não. Por enquanto, você é o nosso principal suspeito. Leve-o cabo.

A companhia da Polícia Militar tinha uma pequena cela para detidos temporários.

O rapaz do supermercado ficou lá.

 

O capitão Moretti chamou a viúva do sargento Lopes e disse que já tinha prendido o assassino do marido dela. Só estava agora reunindo as provas para acusá-lo formalmente, mas não contou o que ele disse em depoimento, apesar de ela querer saber, para não atrapalhar as investigações.

Magda disse que não conhecia o acusado e, como não presenciara o crime, não poderia ajudar a reconhecê-lo para o registro.

Mesmo assim, o capitão divulgou para a imprensa que o acusado estava preso. Ele chamou os jornalistas enquanto falava com ela.

Mas só falou com eles depois de se despedir de Magda. Não revelou o nome Márcio Pedroso nem o mostrou, mas prometeu aos jornalistas apresentá-lo oficialmente assim que reunisse provas finais do caso e concluísse o inquérito.

A viúva do sargento Lopes ainda não tinha ido embora quando eles saíam. Tinha ficado para pegar objetos do marido na companhia. Todos foram atrás dela, mas ela não quis falar sobre a rapidez da polícia para prender o assassino.

Os jornalistas insistiram, mas ela saiu muda.

 

Na terça-feira, Magda ligou ao capitão para informar que um dos seus vizinhos tinha uma câmera de vigilância e que ela gravou possivelmente o assassino em fuga.

O vizinho a avisara só na segunda à noite.

Ao ver as imagens, o capitão Moretti percebeu que o rapaz do supermercado falava a verdade: a câmera flagrou um homem alto, vestido de preto e usando uma blusa com capuz enquanto corria e quase o atropelou.

O carro em que o suspeito entrou tinha realmente uma escada no bagageiro e ele era bem amarelo como o rapaz do supermercado descrevera. Para ler o que estava escrito na porta, o capitão teve de pedir para os técnicos aproximarem mais a imagem. Finalmente viu o que estava escrito: “Elétrica Clóvis”.

O capitão foi direto ao endereço da Elétrica Clóvis, que ficava em Roseiral, São João do Meriti, mas não liberou Márcio Pedroso. Queria colocar as mãos antes no novo suspeito para mostrá-lo à imprensa e não ficar desacreditado.

Ao ser recebido pelo proprietário, o capitão disse que ele estava preso pelo assassinato do sargento Lopes na noite de domingo.

Em seguida, determinou que os seus homens vasculhassem o local em busca de pistas.

- Eu não matei ninguém capitão.

- Temos imagens mostrando um homem com capuz entrando em seu carro e fugindo depois de matar com uma faca o sargento Lopes.

- O carro foi furtado na sexta-feira da semana passada. Não era eu. Provavelmente era o ladrão que me roubou. Eu estava aqui.

- Você tem o boletim de ocorrência desse furto para provar que o carro foi furtado?

- Não, eu não registrei. Estava correndo para entregar os serviços da Avitel. Não deu tempo.

- O que é Avitel?

- É uma empresa para quem presto serviços.

- Como era a pessoa que o assaltou?

- Não sei dizer, foi muito rápido. Era alto, magro, negro. Ah, ele tinha sotaque de cearense. Lembrei disso agora. Desculpe capitão, eu fiquei com muito medo.

- E você pode provar que estava aqui na noite do último domingo?

- Sim, minha mulher e meus quatro filhos estavam comigo. Mas quem pode provar mesmo é o meu vizinho Osmar. Ele me pediu para ajudá-lo a levar sua mulher ao hospital.

- Como levou a mulher do seu vizinho ao hospital se estava sem carro?

- Levei no carro dele. Seu Osmar é uma pessoa de idade. Sua mulher também. Ele operou recentemente da catarata e não ficou bom. Não dirige mais por causa disso.

Checada a história com o vizinho, a mulher e os filhos, Clóvis acabou sendo liberado. Nem chegou a ser levado pelos policiais.

- Voltamos à estaca zero capitão?

- Infelizmente Wilson, disse ele para o cabo que sempre o acompanhava nas investigações e que observou a sua expressão de desânimo.

De volta à companhia da polícia, o capitão Moretti liberou também Márcio Pedroso.

 

Moretti estava inconformado com a investigação ter voltado à estaca zero.

Resolveu voltar a olhar as imagens.

Depois de repassar as imagens umas dez vezes, o capitão teve um insight.

Notou que atrás da blusa com capuz que o homem usava estava escrito o nome de um time de futebol e havia um número, o sete.

- Cabo, vamos visitar o São João FC.

- O nosso homem está lá capitão?

- Vamos ver quem é o camisa 7.

Na sede do São João FC, o presidente e os funcionários ficaram nervosos com a presença da polícia, mas colaboraram.

O presidente disse que nenhum jogador levava o uniforme para casa, mas que, se alguém teve acesso aos uniformes, esse alguém era uma lavadeira contratada para cuidar de todos os uniformes após cada jogo.

- Quem é essa lavadeira?

- É a dona Marieta.

- Qual é o endereço dela?

De posse do endereço, o capitão e o cabo foram até a casa dela, que ficava em Roseiral, São João do Meriti, mesmo.

- Quando pegou os uniformes do São João para lavar pela última vez?

- Foi sábado, depois do jogo, disse a mulher com sotaque cearense arrastado.

Enquanto eles conversavam, Cícero, o filho mais velho dela, saiu contornando a porta de entrada da casa para não ser visto pelos policiais, mas eles acabaram vendo-o.

- Ei, você, disse o cabo Wilson.

- Eu?

- É você. Venha cá.

O rapaz olhou para os lados e saiu correndo muito rapidamente em direção à rua.

Os dois policiais saíram atrás dele.

Cícero pulou o muro e correu para o mato. O capitão pediu reforços e se embrenhou no mato. O cabo foi pelo outro lado para surpreendê-lo na saída da mata.

Rapidamente, muitos policiais cercaram o matagal esperando que o rapaz saísse.

Ele se escondeu no meio dos arbustos.

Sem êxito na espera, os policiais invadiram a mata cercando todos os lados para que o rapaz não conseguisse escapar.

Ao vasculharem, não encontraram ninguém.

Os policiais continuaram procurando enquanto o capitão voltou para falar com a mãe do fugitivo, na expectativa de conseguir outras informações sobre ele e seus passos.

- O seu filho matou o sargento Lopes?

- O quê? Ele nunca faria isso. Nunca.

- Então conheceu o sargento?

- Sim.

- E por que diz que seu filho nunca o mataria?

- Porque meu filho é gente do bem.

- Se é gente do bem, por que fugiu? Ele correu assim que nos viu? Do que tem medo?

- Cícero é um menino bom.

- Cabo, vamos fazer uma busca na casa de dona Marieta. Comece por ali, disse mostrando um quartinho nos fundos de onde supunha que Cícero havia saído minutos antes.

- O senhor não pode fazer isso capitão.

- Dona Marieta, o sargento Lopes era um bom homem. Ajudava as comunidades, inclusive esta aqui. E foi morto. Não vamos sossegar enquanto não prendermos o assassino.

- Isso é o que o senhor sabe do Lopes, não é?

- O que quer dizer?

Dois policiais chegaram trazendo o filho de dona Marieta algemado e interromperam.

- Pegamos o fugitivo capitão.

Do outro lado, o cabo Wilson também se apresentou com a faca do crime.

- E eu encontrei a arma.

- Ora, ora, dona Marieta, então seu filho é do bem? Como você matou o sargento Lopes?, perguntou o capitão voltando-se para Cícero.

- Fui eu sim. Fui eu que dei cabo daquele safado. Agora ele não vai mais nos por medo, o rapaz falou em um cearense muito arrastado.

O capitão Moretti deu um tapa no rosto do preso ao ouvir a palavra safado.

- Não fale assim do sargento Lopes, disse o capitão assim que ele terminou a frase.

- Ele diz a verdade capitão. Meu filho é do bem, como eu disse. Quem não prestava era o sargento Lopes. Ele desgraçou a nossa vida.

- Como assim?

- Um ano e meio depois de começar a fazer o trabalho junto a nossa comunidade, o sargento se encantou com minha filha Sara, de 14 anos. Eu pedi que se afastasse dela. Ela era só uma menina. Mas ele não me ouviu. Toda vez que vinha aqui ele a assediava.

- E o que aconteceu?

- Aconteceu que um dia ele invadiu a nossa casa enquanto eu não estava e atacou minha filha covardemente. Ele a estuprou e a ameaçou de morte se contasse a alguém. Ela sofreu calada e nunca disse nada.

- Como ficou sabendo então?

- Isto foi há três meses. Fiquei sabendo por que ela está grávida. Veja o senhor mesmo.

Em seguida apareceu à porta uma menina morena com feições muito bonitas e com o ventre protuberante, que ouvia a conversa.

- Meu Deus, disse o capitão.

- Cícero ficou descontrolado quando soube. Desde que o pai deles foi embora, ele me ajuda a comandar a casa. Eu pedi que relevasse. Somos pobres e o sargento era da polícia, o que poderíamos fazer contra ele? Nada. Mas aí um vizinho colocou lenha na fogueira e o Cícero foi até lá e fez o que vocês todos sabem. O senhor vai prender o meu filho capitão?

- Infelizmente tenho de prendê-lo.

- É isso então que recebemos como pagamento da sujeira daquele homem? Eu soube que ele já fez isso com mais uma dúzia de meninas desta e de outras comunidades. Ele usava essa ação de solidariedade para se aproveitar das meninas mais bonitas.

- Não só isso: ele roubava as pessoas e as ameaçava de morte se denunciassem. Todos aqui pagavam pedágio para ele. Era um desgraçado: mereceu morrer, disse Cícero.

Desta vez, o capitão não reagiu à fala.

- Eu gostaria muito de poder agir de outra maneira, mas a lei me obriga. De qualquer forma, vocês podem processar a família dele.

- Obrigado capitão. Não vamos perder mais. Minha filha será mãe e cuidarei do filho desse desgraçado, como cuidei de todos os meus. Agora, por favor, o senhor e todos esses policiais nojentos saiam da minha casa.

Mais uma vez o capitão não reagiu à fala.

- Mãe, fica bem. Pelo menos aquele não faz mais. Aquele não faz mais, disse Cícero enquanto era levado pelos policiais.

Quando saíam com Cícero, começou um ataque a bala contra eles.

Dona Marieta e os outros filhos se esconderam na casa. Cícero e os policiais se abrigaram na frente da casa.

Após alguns minutos de tiroteio cruzado, os homens que atacaram os policiais mataram os policiais que estavam com Cícero.

Eles apanharam o jovem o levaram com eles.

 

De volta à companhia da polícia, o capitão Moretti, que escapou ao ataque na saída da casa de Cícero, recebeu a mulher do sargento, mas não contou a ela nada do que descobriu em São João do Meriti com a mãe do assassino.

- Meu marido era um homem bom capitão. Não sei o que será da minha vida agora, disse Magda sem muito ânimo e com olhar distante.

- Vamos rezar pelo grande Lopes. Ele precisa muito de orações, dona Magda, disse o capitão.

Magda acenou afirmativamente com a cabeça e foi embora com passos curtos.

 

 

FIQUE SABENDO

Todas as terças e quintas tem uma crônica nova neste espaço.

Imagem da Galeria Desconhecido ataca policial a faca e o mata no portão de casa
Compartilhe este conteúdo:

  Seja o primeiro a comentar!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo

Nome
E-mail
Localização
Comentário
 (19) 97823-9494
 contato@eloydeoliveira.com.br