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É preciso despolitizar a pandemia
Data de Publicação: 13 de março de 2021 19:45:00 Enquanto a população não cobrar isso das autoridades em todas as esferas, o país vai mergulhar ainda mais na crise e na perda de vidas.
A discussão não pode ficar restrita ao campo político, sobretudo em cima das próximas eleições. O país vive uma crise profunda na sua saúde e na sua economia e não vai sair disso enquanto houver essa disputa. As pessoas precisam reagir.
Enquanto o número de casos de contaminação pelo novo coronavírus e de mortes cresce assustadoramente, as pessoas discutem se este é um problema agravado pela inépcia de Jair Bolsonaro (sem partido) ou se é herança de Lula (PT), que não teria agido corretamente no seu governo, e outros ainda culpam João Dória (PSDB), por tomar medidas ineficazes seguidamente.
A impressão que se tem é a mesma daquela cena famosa do filme “Titanic”, na qual o navio afunda após bater em um iceberg, mas o capitão não assume que o acidente aconteceu, a orquestra continua tocando e as pessoas continuam dançando e bebendo, até que todos começam a perceber que não há barcos salva-vidas para todo mundo e gente jovem e forte morre nas águas geladas.
As UTIs estão lotadas em 53 dos 105 municípios com leitos de UTI para pacientes com covid-19 e naquelas cidades onde a ocupação ainda não atingiu os 100%, ela está 87,6% na média. Pacientes estão morrendo na fila de espera de uma vaga para internação e é preciso dizer que a maior parte dos 645 municípios paulistas não têm leitos de terapia intensiva e dependem de hospitais regionais.
Neste momento, não importa se Jair Bolsonaro é um negacionista inconsequente e não fez as compras de vacinas no meio do ano passado quando deveria, nem se Lula comandou esquemas de corrupção que tiraram dinheiro da saúde ou se Dória só pensa na eleição de 2022 e vem gastando o dinheiro dos paulistas nessa campanha, o que importa é salvar vidas.
As pessoas precisam perceber que não há ricos ou pobres, não há gente melhor ou pior, não há salvos e a salvar. Estamos todos no mesmo barco e ele, como o Titanic, afunda. João Gabbardo, coordenador do Centro de Contingência do Estado de São Paulo, disse algo bastante real esta semana que reforça o cenário preocupante que São Paulo vive em função da pandemia.
Ele disse que, se a população não se prevenir e não deixar de promover atos de aglomeração nos próximos 15 dias, não será possível ao serviço de saúde acompanhar a velocidade da pandemia com a instalação de novos leitos e com o tratamento dos doentes, sobretudo porque há hoje um alastramento da contaminação por gente mais jovem e produtiva.
Mas a frase do coordenador que precisa tocar as pessoas é quando ele diz que muita gente com plano de saúde, com o melhor plano de saúde, vai morrer por falta de leitos. “Não vai ter leito nos hospitais privados. Empreendedores de sucesso morrerão. Com muito dinheiro na conta, mas morrerão. Assim como também morrerão trabalhadores informais, da classe média, todos”.
Então, para que candidato perfeito?
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Este artigo foi publicado na seção Opinião do jornal Taperá, de Salto, de 13/03/2021.
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