SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Uma briga comum de casal diante de um problema real leva duas pessoas a decisões erradas. O que poderia ser apenas uma situação diferente acaba se tornando algo muito maior. Triste fim para quem é inocente.

- Você é um filho da puta.

- O que disse?

- Disse o que penso: você acabou com a minha vida.

Ele parou de amolar a faca.

- Eu não fiz nada disso.

- Acha mesmo que não fez?

- Tenho certeza de que não fiz.

- E como explica que eu esteja grávida de um filho seu?

Ela segura a barriga como se quisesse provar o que estava dizendo.

- Mas isso não é estragar a vida. Filhos são uma benção. Deveria agradecer a Deus por poder dar à luz. Muitas mulheres não podem, sabia?

Ela o encara para falar.

- Eu trabalhava sem registro e fui demitida. Ia à escola, agora não vou mais. E fui enxotada de casa pelo meu pai.

- Você tem a mim.

- E você tem o quê? É procurado pela polícia, vive vendendo droga e se esconde nesse barraco fedido e sujo.

Ele se irritou e não quis mais conversar.

Pegou a mulher pelo braço e a arrastou para a rua, fungando de nervoso como se estivesse sem ar.

Fechou a porta nas costas dela.

- Suma daqui, gritou de lá de dentro.

- Se você pensa que vai se livrar assim, não vai. Não vai, ouviu?

- Faça o que você quiser.

Ela se foi xingando.

Quando a criança nasceu, era branquinha.

A mãe veio contar ao pai, um negro de quase dois metros.

- Então eu sou um filho da puta?

- Puxou aos meus avós, disse ela, que também era uma negra, mas de pouco mais de um metro e sessenta.

Foi a última coisa que disse antes de morrer.

E o filho, supostamente de mais de um pai, ficou sem nenhum com a prisão do assassino.

FIQUE SABENDO

Todas as terças e quintas tem uma crônica nova neste espaço.

De acordo com a ciência, a probabilidade de um casal negro ter filhos brancos é de 1 em 16 vezes.