Saber para quem está escrevendo abre caminho para se aproximar mais do leitor e produzir exatamente o que ele quer.

Antes mesmo de começar a escrever o seu livro, o escritor deve ter em mente para qual público está produzindo aquele conteúdo.

Por que isto é importante?

Porque saber essa informação direciona todo o seu trabalho e elimina problemas que fatalmente surgirão no decorrer do tempo.

Conheço muitos escritores novatos que dizem assim: vou escrever um livro para contar a minha história, que é fascinante.

Eles dizem isto baseados no que ouvem das pessoas para quem contam que vão escrever um livro sobre a vida delas.

Já abordei aqui sobre a construção de biografias, mas o foco deste papo de hoje é que não bastam seus amigos e pessoas próximas dizerem que será bárbaro você contar a sua vida.

Mesmo que ela seja de fato fascinante, é necessário que haja um propósito.

Ou seja, que você defina para quem e por que está escrevendo essa história.

Dessa forma, ela pode de fato se tornar fascinante, mas do contrário não passará de um relato sobre a vida de alguém.

Por exemplo, quando Marcelo Rubens Paiva escreveu “Feliz Ano Velho”, ele estava embotado e achando que a sua vida de jovem tinha acabado.

Então para quem ele ia escrever?

Para os jovens como ele que poderiam perder suas vidas como ele achava que tinha perdido a dele em razão de um acidente que o colocou em uma cadeira de rodas.

Além de definir o público para o qual ia escrever, ele mostrou também o seu propósito, que era encontrar uma saída para quem estava como ele sem saída e motivar, inspirar, ajudar.

Ele fez tudo isto e o livro é um best-seller.

Talvez o escritor novato que está lendo este papo diga que não dá para definir um público sem nunca ter escrito nada, mas dá.

Comece por algumas informações básicas, como idade, sexo, formação educacional, profissão, poder aquisitivo, classe social, localização, hábitos. Encaixe nessas informações as pessoas que você acha que vão ler o seu livro.

Por exemplo, se são jovens com idades entre 20 e 30 anos, sua história terá de ser direcionada a esse público. De nada adiantará contar algo que não mexe com o imaginário desse tipo de leitor.

Um dos maiores segredos da efetividade é conhecer e entender o seu público.

Com a definição de quem deve ler o seu conteúdo, você terá mais argumentos para se comunicar melhor e evitar ruídos.

Uma das estratégias de marketing que são muito utilizadas para trazer o leitor ou cliente para perto também é a definição de uma persona.

A persona é uma figura que surgiu com a tecnologia digital. As mídias digitais passaram a exigir novas maneiras de segmentar as estratégias de comunicação. É uma espécie de representação do seu público e que vai reagir como o seu público. Isto é essencial ao escritor.

Para defini-la, procure saber, por exemplo, quais são os medos, desejos, objetivos, interesses e hobbies do seu público e assim vai poder interagir melhor dizendo o que ele quer ouvir.

Como se vê, a persona tem um papel crucial também na estratégia de divulgação do livro depois de pronto. Se não tivermos clara a importância do público-alvo e da persona, o potencial do conteúdo se perde e o escritor fatalmente gastará muito mais para divulgar.

Anote isto

De segunda a sexta-feira você encontrará um artigo novo neste espaço sobre escrita criativa, literatura, filmes e livros em geral.