Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência.
Comunicação é o maior problema humano
Data de Publicação: 30 de agosto de 2021 12:22:00 Não é exagero classificar como dificuldade mais significativa para o entendimento ou não a forma de as pessoas se relacionarem.
Mais do que se imagina, é na troca de informações cotidianas em que residem as maiores dificuldades.
Não é exagero algum atribuir à comunicação a responsabilidade de ser o maior de todos os males enfrentados pelo ser humano.
A comunicação é uma espécie de veia que leva o sangue, o oxigênio e todos os nutrientes de que precisamos de um lado a outro dentro do nosso organismo e dos outros também.
Então, se ocorre uma interrupção nesse processo ou se há uma contaminação no curso dela, certamente teremos problemas.
O que são esses riscos à comunicação?
Ruídos, mal-entendidos, chateações.
Tudo isto leva a entendimentos errados e a comportamentos mais errados ainda.
Por isto, precisamos cuidar muito da nossa comunicação, para que se dê de forma muito bem definida e para que afaste os riscos.
A comunicação não pode ser confusa, apática e nem pode levar a outros entendimentos.
Se for assim, rapidamente drenará os resultados, o entendimento e o sucesso.
Nesse aspecto, um dos fatores que contam é o ego inflado ou não. Boa parte da comunicação com ruídos, mal-entendidos e chateações advém de egos inflados. Precisamos controlar as nossas manifestações sempre.
Ninguém quer se comunicar mal ou não ser efetivo na sua comunicação, mas nem todos conseguem atingir esse objetivo.
Algumas lições que podem ajudar são:
# 1- Escute o outro.
A atenção à falta desse comportamento e dessa disposição, eu diria, é crucial para a boa comunicação. Cada vez mais as pessoas querem ser ouvidas. Escutar é escutar de verdade. Não é dizer fale e se voltar para o outro lado.
Tinha uma repórter quando era editor na Folha que me dizia claramente:
- Se você não olhar para mim, não digo o meu retorno da pauta, sinto muito.
E ela não dizia mesmo.
O que essa repórter me cobrava era ouví-la.
Ouvir significa ficar em silêncio, prestar atenção ao ritmo, ao tom de voz, aos gestos, à expressão facial. Quando estamos fazendo outras coisas, ainda que não exijam tanta atenção ou raciocínio, estamos desviando a atenção e não estaremos ouvindo.
Isto vale para os relacionamentos também.
É comum após um tempo de convivência, um dos lados ou os dois sacar que sabe tudo do outro e que não precisa ouví-lo para saber.
Ledo engano.
Somos humanos e temos reações a tudo o que nos acontece todo dia e toda hora.
Ninguém conhece o outro a esse ponto.
# 2- Fazer perguntas.
Não se pode entender o outro sem saber exatamente o que o aflige. Então faça perguntas para que ele se explique melhor. Não use a deixa de que sabe como o outro se comporta e, portanto, sabe o que dirá.
Repito: as pessoas reagem todo dia a tudo e nem sempre é a mesma reação.
Pode residir nesse ponto a razão para o problema surgido e a falta de comunicação ou a a comunicação enviesada pode interromper o processo, evitando o resultado efetivo.
Perguntar por quê?, por exemplo, pode abrir inúmeras informações, tirar dúvidas, trazer detalhes. É uma forma de conectar-se ao outro.
Esqueça o objetivo principal da conversa.
Desça aos detalhes para entender.
Um diálogo atento e responsável pode levar a grandes entendimentos e a soluções tão boas.
Tive um estagiário que não rendia.
Chamei-o para conversar e perguntei o que está acontecendo. Ele disse que nada. Mas eu sabia que algo estava acontecendo. Insisti.
Finalmente, ele falou que andava preocupado com a mãe, que estava com câncer e tinha pouco tempo de vida, afora o quanto sofria.
Ele era só um garoto.
Fiquei com pena da sua situação.
Então disse a ele que temos de aprender a conviver com o sofrimento na vida. Nada nunca será fácil. O sofrimento faz com que criemos uma pele mais grossa para resistir e vencer.
A vitória sobre aquilo que nos tira a paz é a nossa vitória particular. É algo que conseguimos se nos dedicarmos. Muita gente precisa da nossa força. Como num caso como esse da mãe dele, eu disse que ela precisava que ele fosse forte para que o sofrimento dela fosse menor.
As pessoas que estão doentes se culpam por trazerem infelicidade aos que estão próximos.
Temos de aliviá-las dessa carga.
Ele gostou da informação e passamos a trocar algumas palavras sobre isso sempre depois.
Aquela abertura para ouvir, para perguntar e para me solidarizar com o problema dele permitiu que desenvolvêssemos uma grande amizade e que a comunicação fluísse.
Sem escutar, não criamos laços.
# 3- Entender o contexto.
Outro dia conversando com uma amiga, ela me disse que muitas pessoas se afastaram dela quando ela confessou que já tinha tido vontade de matar a própria mãe.
A reação das pessoas à informação honesta dessa amiga foi um preconceito.
As pessoas têm para si que só os bons devem ser amados e que os maus devem ser hostilizados. Só quem ninguém é só bom ou só mau. Isto ocorre apenas nas histórias de ficção, onde o estereótipo é importante para enfatizar o personagem. Na vida real vivemos equilibrando bondades que fazemos com maldades. Mas as pessoas não se admitem más.
O que precisamos observar é o contexto.
Quando dizemos: tive vontade de matar aquele motorista que bateu no meu carro novo, não estamos nos tornando assassinos.
Ao menos, se não cumprirmos a ameaça.
Quando estamos com raiva passam pela nossa cabeça pensamentos muito maus.
Só que não somos o tempo todo assim.
A raiva passa e a maldade também.
É preciso entender a perspectiva do outro.
Antes de criticarmos alguém, devemos nos colocar no lugar dele. Será que, estando no lugar dessa pessoa, não faríamos a mesma coisa?
Mesmo que não fizéssemos, cada um reage a tudo em todo o tempo e nem sempre as reações são iguais ou são como queríamos.
# 4- Reflexão sobre o que ouvimos ou vemos.
Não se deve tomar nenhuma medida ou posição antes de uma reflexão.
Existe um ditado que diz que não devemos prometer nada quando estivermos felizes, nem responder nada quando estivermos irritados e menos ainda decidir nada quando estivermos tristes e a razão é uma só: nesses estados estamos fora do nosso normal.
Quando ouvimos ou vemos algo que nos impacta, a tendência é ficarmos sob o efeito disso e tomar uma atitude assim não vai refletir o que realmente pensamos ou queremos.
Portanto, parar e pensar antes é fundamental.
Isto vale para tudo.
Não mande um e-mail com raiva, não comente na rede social em razão da sua tristeza, não faça nada porque está alegre.
# 5 – Proatividade.
A última dica é seja proativo como reflexo do que ouviu ou do que viu. A transferência de ideias, responsabilidades e práticas é a forma que as pessoas esperam de nós após uma exposição. Temos de nos colocar à disposição para ajudar, para resolver, para entender.
Quando atropelamos todas essas situações, criamos riscos para a comunicação e, colocando a possibilidade de entendimento em risco, deixamos de ter a oportunidade de resolver. Escolha ouvir, entender, participar.
A boa comunicação traz resultados excelentes para o nosso dia a dia sempre.
Informação complementar
Às segundas-feiras você encontrará um artigo novo neste espaço sobre insights profissionais.
Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|