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Calma jornalista
Data de Publicação: 9 de agosto de 2020 18:26:00 MISTÉRIO E RISCO - Uma voz que sabia tudo e um jornalista que queria saber de tudo separados pelo poder e pelo medo.
SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO
Quando trabalhei no Bom Dia de Sorocaba em 2006 conheci uma voz misteriosa. Alguém que tinha informações sobre um político conhecido da cidade. Mas isto me trouxe risco de morte e medo.
Sabe aquela sensação de que você está sendo seguido? Parece que tem o peso de um olhar nas suas costas.
Foi o que senti, ao fechar a porta lateral de vidro da redação do jornal Bom Dia, em Sorocaba, às 3h25 de uma sexta-feira, no começo do ano de 2006.
Eu saía de mais um pescoção, que é como nós, jornalistas, apelidamos a esticada de horário até a madrugada, sempre às sextas-feiras, na qual fazíamos a finalização antecipada das edições de domingo e segunda.
No Bom Dia, eu havia sido contratado com a missão de ser editor de política e respondia também por uma coluna de bastidores sobre a vida política de Sorocaba.
Naquele horário não havia ninguém na rua naquela região da cidade ou não era para haver.
Olhei para todos os lados quando fechei a porta por fora e não havia mesmo ninguém, mas, assim que comecei a andar em direção a um terreno baldio, que havia nos fundos da redação, usado como garagem pelos funcionários do jornal, senti aquela sensação estranha.
O primeiro reflexo foi olhar para trás.
Não havia ninguém a olho nu.
Talvez estivesse em algum carro parado (havia sempre muitos por ali, tanto que a rua ficava congestionada, sem lugar de parar, e o terreno baldio havia sido uma solução muito boa encontrada pelo comercial do jornal).
Fiquei intrigado com aquela sensação.
Nunca tive medo de nada, até por conta da minha atividade como jornalista em que não dá para ter medo, porque senão você não trabalha. Essa profissão é de risco e eles são constantes. Isto se aprende rapidamente quando se começa em redação, sobretudo no Bom Dia.
O jornal fora montado pelo empresário J. Hawilla com o objetivo de se tornar o segundo da cidade. Como concorria com um centenário como o Cruzeiro do Sul, era necessário ter arrojo para chamar a atenção e fidelizar leitores.
Jornalistas com medo jamais fariam sucesso nesse meio.
Eu sabia que não agradava muita gente e que esse desagrado poderia justificar ações contra mim.
Não era a primeira vez, desde que a edição número um havia chegado às bancas, em novembro de 2005, que eu me sentia daquele jeito ao sair tarde.
Quem escreve para jornal tem de conviver com três reações consolidadas: ou você agrada alguém ou desagrada ou ainda gera benefícios ou prejuízos a quem é amigo ou inimigo de quem é agradado ou desagradado.
Mas não tinha confirmado até ali que estivesse sendo seguido de fato ou que alguém tivesse agido nesse sentido.
Apesar disso, eu tinha cautela sempre.
Olhei com detalhe em cada carro parado, sem andar em direção a eles, apenas esticando o olhar, e nada.
Só que um dos veículos me chamou a atenção.
Ele tinha os vidros escuros, de tal modo que não dava para ver nada no seu interior. Era uma caminhonete Hilux preta, imponente e relativamente nova.
Resolvi ir até ela para verificar mais detalhes.
Estava seguro para fazer isto porque o jornal tinha câmeras externas e um vigia, que ficava monitorando-as.
Se ocorresse algo, poderia chamar por socorro.
Embora não tivesse certeza de que pudesse ser salvo, arrisquei. Na minha avaliação, eu poderia correr para a esquina, dobrando-a rapidamente. O veículo estava próximo dela. Com a manobra, quem estivesse no seu interior não conseguiria atirar em mim, se quisesse.
Outro detalhe importante, que contava contra um eventual disparo, era o fato de que a redação era toda feita de vidro, de grandes janelas envidraçadas.
Essa tinha sido uma imposição do dono do Bom Dia.
Ele tinha uma série de superstições. Não aceitara, por exemplo, um prédio na Avenida Antônio Carlos Comitre, caminho para o Esplanada/Iguatemi Shopping, mais valorizado e mais bem localizado, apenas porque o prédio tinha número ímpar na configuração da via.
A prefeitura chegou a propor mudar para satisfazê-lo, colocando o número par no imóvel, mas ele não quis mais o mesmo prédio após ver o número inicial.
O empresário também determinou que a editoria de economia ficasse perto da porta de entrada. Ele entendia que a economia é o que sustenta a casa. Se ficasse na porta de entrada, fatalmente traria bons fluidos.
Enfim, eram muitas regras estranhas.
Aquela do prédio todo envidraçado incomodava por deixar-nos expostos demais.
Eu sempre dizia: se alguém quiser nos matar, não terá dificuldade de escolher o alvo da rua.
Na verdade, poderia se posicionar em algum imóvel próximo na Avenida Washington Luís, onde ficava a redação, e atirar com facilidade.
Não seria percebido ou identificado e nem preso.
Se não fui ouvido sobre os riscos na implantação, ao menos poderia usar os vidros a meu favor agora.
Aparentemente não havia ninguém na Hilux.
Olhei perto dos vidros, mas não dava para ver nada com a escuridão. Dei uma volta em torno do veículo. Estava tudo certo. Aquele era o único a me chamar a atenção.
Só se fosse alguém em algum dos prédios em redor. Lembrei da possibilidade que havia dito sobre o excesso de vidros da redação e passei a achar que poderia ser real.
Depois, descartei a ideia. Se alguém me observasse de algum dos prédios em volta, seria difícil eu descobrir.
Seria impossível ainda ter aquela sensação de que alguém me seguia se esse alguém estivesse em um prédio.
Virei-me para a direção oposta na rua Antônio Miguel Pereira, perpendicular à Avenida Washington Luís. O terreno baldio garagem ficava nessa rua, mais acima.
Ao caminhar novamente tive a impressão de estar sendo seguido outra vez, mas não me incomodei mais.
Meu carro havia ficado no fundo do terreno. Quem chegava primeiro parava mais no final. Nessa área havia menos câmeras de segurança. O fundo da área era mais escuro, porque a iluminação da rua não chegava lá.
Olhei com cuidado para ver se não havia ninguém escondido e, certo de que não, prossegui.
Entrei no carro e rapidamente liguei o motor.
Queria sair dali e daquela sensação o quanto antes. Só que o motor não pegou. Bati a chave algumas vezes e nada. Comecei a suar com a preocupação aumentando.
Instintivamente, olhei para a entrada do terreno e só tive tempo de ver um vulto desaparecer em direção ao jornal.
Será que era quem estava me seguindo?
Foi a primeira vez em que vi algo, ainda que não tivesse qualquer definição. Apenas um vulto e desceu na direção da esquina onde eu estivera havia pouco.
Confesso que gelei com essa constatação.
O suor desaparecera.
Não tinha o que fazer mais. Voltei a dar partida no carro. O motor patinou um pouco e finalmente pegou.
Estive de folga no final de semana.
Na segunda-feira, resolvi não dizer nada a ninguém sobre a sensação e sobre o vulto.
Não iriam acreditar e eu não queria ficar tendo de dar explicações ou ficar contando a mesma história.
Todos que trabalhavam no jornal eram profissionais experientes, acostumados a situações de enfrentamento quando quem não gostava do que saía queria reclamar.
Eu precisava ter certeza de que havia alguém tentando me seguir ou me seguindo de fato e também sobre a razão para que isto estivesse acontecendo.
É difícil avaliar quem teria interesse nesse tipo de pressão, porque ninguém havia me falado nada até ali.
Naquela semana não enfrentei mais problemas.
Acabei esquecendo o assunto.
Passaram-se alguns dias da outra semana e a recepção me avisou de que alguém estava me esperando na portaria para falar comigo e não dissera o nome.
Insisti que verificassem o nome e o que queria.
Mesmo assim, a pessoa disse à recepcionista que só falaria comigo e que tinha informação importante a dar.
Não queria descer para o primeiro andar (a redação ficava no segundo) por causa do trabalho. Para fazer a coluna de bastidores, eu ligava para pelo menos 40 pessoas na maioria das vezes todos os dias. Eram fontes que variavam entre políticos, empresários e lideranças.
Cada minuto perdido impactava na edição. Não podia atrasar, já que a impressão não era feita em Sorocaba. Nós, editores, éramos muito cobrados a respeito disso.
Ainda assim resolvi descer e ver rapidamente que informações essa pessoa misteriosa teria.
Ao chegar à portaria, a recepcionista me disse que a pessoa havia deixado um envelope e fora embora.
Achei que fosse pela minha demora, mas, ao abrir o envelope, havia uma mensagem dizendo que não me esperara porque não poderia falar comigo ali. Eu deveria ligar para um número anotado e receberia outras instruções para chegar às informações.
Tudo era muito estranho e eu não sabia nem sobre o que eram essas tais informações.
Subi para a redação e deixei o telefone de lado. Não havia tempo para verificar aquilo aquela hora. Estava muito interessado em saber, mas a pressão do horário para o encerramento da edição não me permitia.
Como a finalização das edições de política aconteciam muito tarde (política era a última a terminar sempre), deixei para ligar no dia seguinte assim que chegasse.
Era uma quinta-feira, por volta das 17h30.
Do outro lado, uma voz grossa, falando quase como se sussurrasse, disse:
- O que você faria com 20 mil reais?
- Eu faria muita coisa, mas não tenho esse dinheiro.
- Não tem por que não quer.
- Quem é você? O que pretende? Quando me deixaram esse número aqui disseram que me dariam informações. Não falaram de dinheiro? O que mudou?
- Posso te dar as duas coisas.
- Escute, eu não estou entendendo o que quer. Se tem informações a dar, ótimo. Dê. Agora, se pensa em fazer algo diferente disso, falou com a pessoa errada.
- Calma jornalista, calma. Só estamos conversando. Pense que estamos diante de um baú antigo, muito bonito, onde pode haver um tesouro ou então só documentos empoeirados que não servem para nada. O que estou fazendo é te mostrando o que pode encontrar.
- Seja mais claro.
- Não posso ser mais claro por aqui. Vamos nos encontrar. Tem um bar algumas ruas para baixo daí. É só atravessar a Avenida Washington Luís e descer.
- Está bem, eu irei até lá.
- Esteja lá às 19h.
- Como vou saber reconhecê-lo?
- Não vai. Eu te reconheço. Sei tudo sobre você jornalista.
Desligou em seguida.
Fiquei em um dilema se deveria ir mesmo ao encontro do dono daquela voz ou se deveria ignorar.
Poderia ser uma armadilha.
Mas o que poderiam fazer? Em um bar com tanta gente perto, atirar não atirariam. Agredir até poderiam, mas estaria esperto para enfrentar.
Talvez quisessem me filmar ou fotografar na companhia de alguém com quem eu não devesse ser visto junto.
Se fosse isto, como eu poderia ser atacado? Na minha atividade, falava com muita gente. Gente que ia de A a Z, políticos de todos os partidos, empresários ligados a negócios os mais diversos possíveis. Enfim, não havia nada que pudesse me comprometer. Ao menos eu imaginava.
Resolvi ir ao encontro.
Deixei tudo encaminhado na redação e não disse nada a ninguém. Se falasse para os repórteres que trabalhavam comigo, poderia espantar a informação que queriam dar. Se quisessem passar essa informação a eles, já o teriam feito. Se contasse à minha chefia, criaria uma expectativa.
Eu não sabia sobre o que se tratava.
Aquilo me angustiava.
Curiosidade circula nas veias de jornalistas como sangue.
Precisava saber do que se tratava.
Precisamente às 19h eu cheguei ao bar indicado pelo dono da voz grossa ao telefone.
Em minha imaginação eu pensava em alguém grande e forte com cara de mafioso por causa da voz.
Cheguei ao bar com essa impressão e fui olhando um a um para tentar encontrá-lo antes de ser encontrado.
O bar estava cheio.
Tinha gente de todo tipo, mas ninguém se enquadrava na descrição que eu criara para mim.
Pedi uma coca e fiquei próximo ao balcão esperando.
Passava das 19h20 quando o meu celular tocou.
- Vamos ter de adiar essa reunião.
- Como assim? Estou aqui no bar.
- Eu sei. Estou vendo você jornalista. Mas não vai dar.
Assim que ouvi a frase na qual ele dizia que estava me vendo, olhei para todo mundo novamente.
Alguém devia estar olhando para mim.
Ninguém estava. Ninguém que eu identificasse.
A voz desligou e eu não tinha como localizar.
O número que chamara aparecia como desconhecido.
Voltei para a redação.
Nenhum novo contato surgiu nas duas semanas que se seguiram ao dia do encontro frustrado.
Era uma quarta-feira quando a secretária da redação me passou uma ligação sem dizer quem era.
- A pessoa não disse. Falou que é só com você.
- É o Eloy falando. Quem é?
- Calma jornalista. Ainda está interessado naquelas informações? Lembra do nosso encontro no bar?
- Estou interessado. Você é que parece não estar em me falar. Desde o cancelamento do encontro não fez contato.
- Tive problemas.
- Que problemas?
- Não vem ao caso.
- Está bem e o que vai ser agora?
- Calma jornalista. Não se apresse. Tudo tem seu tempo.
- Olha, eu não tenho tempo para ficar brincando. Se tem alguma informação, me passe agora. Sobre quem é?
O dono da voz disse que não poderia passar naquela hora, mas afirmou que se tratava de um político em evidência naquele momento. Não vou mencionar quem era para não criar problemas hoje, tanto tempo depois. De qualquer forma, isto aguçou mais a minha curiosidade.
- E quando poderá?
- Sexta-feira agora.
- Não é um bom dia. Às sextas-feiras, temos aqui o que chamamos de pescoção, que é a esticada do horário, para adiantarmos as edições de domingo e segunda. Então...
- Eu já sei. Ficam até de madrugada. Não importa.
- Como assim?
- Na hora em que estiver saindo daí, eu te ligo e te dou as instruções sobre como me encontrar.
- Nesse horário de encerramento do dia estou muito cansado. Não quero esticar mais ainda. Nesses dias não vejo a hora de chegar em casa para dormir. E como você saberá que eu estou encerrando a edição para ligar?
- Eu sei de tudo o que acontece com você jornalista. Mas você é quem sabe. Se não puder nesta sexta-feira, não sei quando poderei. Não está interessado?
- Estou, claro que estou. Me adiante alguma coisa então.
- Calma jornalista. Tudo a seu tempo. Eu te ligo.
Desligou em seguida.
Decidi que não encontraria ninguém. Não queria ficar conversando depois de um pescoção. Ninguém merece.
Os pescoções acabam com a gente. Quem trabalhava em jornal impresso naquela época sabe bem o que é isso.
O dono da voz não ligou mais.
Na sexta-feira, já era madrugada novamente quando o vigia transferiu a ligação dele para o meu ramal.
- E aí jornalista? Vai desistir? Tenho uma nova informação hoje. O nosso amigo recebeu um dinheiro alto. Tenho fotos da entrega. Posso te passar.
- Está bem, eu vou encerrar aqui por volta das 4h.
- Ok, eu te ligo perto desse horário.
O encerramento da edição ocorreu às 4h20.
Um minuto antes ele ligou:
- Me encontre embaixo da primeira ponte na Castelinho.
Dirigi até o ponto.
De longe avistei um carro escuro estacionado debaixo da ponte. Então ele viera e agora eu saberia os detalhes. Abri um sorriso. Estava contente com a possibilidade.
Quando comecei a me aproximar, o carro foi ligado e saiu em disparada. Tentei alcançá-lo. Ele não podia me deixar sem as informações. Por que saíra de repente?
Por mais que tentasse, não consegui nem chegar perto.
O carro do dono da voz, se é que era ele, era muito mais novo e potente que o meu. Corria, evidentemente, muito mais. Ao ver que não alcançaria, reduzi e segui a marcha normal para voltar à cidade de Salto, onde morava.
Não me conformava com o novo desencontro.
Um pouco depois de passar pelo pedágio, percebi que um carro me seguia. Olhei pelo retrovisor e se tratava de um veículo preto. Ele se aproximava rapidamente.
Eu estava na pista mais rápida.
O motorista começou a dar sinais de luz como se quisesse que eu saísse da frente ou encostasse.
Não pararia ali nem por decreto e também não saí da frente. Em vez disso, acelerei o máximo que podia.
Quanto mais eu acelerava, mais ele se aproximava.
Eu olhava insistentemente pelo retrovisor e para a pista à frente tentando identificar quem dirigia o veículo e também escapar daquela perseguição.
Só consegui perceber, quando ele já estava bem perto, que se tratava de uma Hilux.
Próximo do aeroclube de Itu, o carro me alcançou pelo lado direito e o motorista passou a fazer manobras jogando o carro em cima de mim, tentando me fazer parar.
Eu freava e ele avançava, voltando para a direita.
Em seguida, retornava e repetia a manobra.
Até que um pouco mais à frente, as manobras foram mais incisivas. Tive de virar o volante bruscamente para a esquerda a fim de evitar o choque.
Acabei entrando no canteiro central.
O terreno era muito irregular, o que me fez frear.
O carro sacodia muito e em uma dessas sacudidas bati a têmpora esquerda no vidro, sangrando na hora.
O nervosismo com o que estava acontecendo me fez perder o controle do carro, mas, por sorte, ele acabou morrendo e foi parar alguns metros à frente.
A Hilux acelerou e fugiu assim que entrei no canteiro.
Alguns minutos depois consegui estancar o sangue com um pano cheio de óleo que usava para verificar o nível do óleo e que guardava em um dos espaços da porta do carro.
Segui dirigindo até Salto e fui ao hospital para buscar atendimento. O médico disse que não havia necessidade de dar pontos. Mandou que a enfermeira fizesse o que chamam de pontos falsos com esparadrapos.
No dia seguinte, o dono da voz voltou a ligar.
- Desculpe por ontem.
- Como desculpe? O que aconteceu? Por que fugiu?
- Calma jornalista.
- Calma? Você acha que está tudo bem?
- Eu sei que não. Soube que se machucou. Eu sinto muito. Não estava nos meus planos.
- Quem me perseguiu?
- Ele.
- Ele quem?
- O nosso amigo.
- Agora, depois disso tudo, mais do que nunca, você precisa me passar tudo que sabe.
- Não vai dar, não vai dar.
- Como assim?
- Ele está na minha cola. Calma jornalista, eu volto a te procurar. Não se preocupe.
E nunca mais a tal voz voltou a ligar.
O número que eu tinha não atendia mais.
Trabalhei no Bom Dia por mais de dois anos, mas não tive a oportunidade de esclarecer o que a voz me dizia.
FIQUE SABENDO
Em breve lançarei um livro intitulado "Coração Jornalista" com este texto e outros que estou preparando para contar coisas que vivi nos bastidores das reportagens que fiz ao longo de quase 40 anos de profissão.
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