Nossa procura na vida será sempre por algo que não temos. Em parte isso é o que desejamos e com o que sonhamos. Mas em outra é o que perdemos ao longo da nossa trajetória no tempo. 

Aonde foi o tempo,

meu pobre coração,

em que tinha na mão

uma doce alegria

e fácil eu dormia,

como bebê no berço,

como velho com terço?

Aonde foi o tempo,

longe dessa avenida

engarrafada da vida,

em que se tem tanto,

mas nunca o quanto,

em que se podia sonhar,

planejar e realizar?

Aonde foi o tempo

em que ser feliz

era como se diz:

vestir preto ou branco,

era ter um encanto

pela brisa da tarde,

pelo sol que arde?

Talvez o tempo,

meu coração amigo,

tenha engolido

minha melhor hora

e tenha levado embora

do amor o ensejo,

mas não o desejo.

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