Ninguém gosta de uma história sobre a qual não conheça do que se trata. Menos ainda se ela não tiver os três atos fundamentais: começo, meio e fim. É essa organização que vai garantir que o leitor se cative pelo livro e se interesse por ele até o final.

Todos nós somos capazes de escrever um livro, porque todos nós somos contadores de histórias, mas, antes de começar, organize as suas ideias.

Um livro precisa disso.

Do contrário, o leitor vai se perder no emaranhado de fatos, não vai entender o que você quer contar e não gostará do livro.

Existe uma pesquisa, realizada por mestres da escrita criativa, que dá conta de que o leitor precisa se interessar pela história, ser conquistado pelo escritor ou se sentir atraído para seguir em frente, até a página 18 do livro.

Se nada disso acontecer até lá, ele pode até continuar lendo por alguma razão especial, algo como o livro é de um parente, o livro é para ajudar famílias carentes, o livro é fininho, não importa qual a razão para que continue, mas fatalmente ele não conseguirá ir até o final.

Tudo isto ocorre em razão da necessidade de organização da história a ser contada.

Ninguém se cativa por uma história se não souber do que se trata ou do que vai se tratar.

A organização de um livro é feita em capítulos e estes em cenas, mas, antes disso, essa organização tem de ser nos três grandes atos, que são os conhecidos começo, meio e fim.

A história precisa ter esses três atos. Eles podem até nem aparecer nessa ordem, mas precisam estar presente de alguma forma para fazer sentido o que se está contando.

O primeiro ato é importante, porque a sua função é cativar, prender e levar o leitor a continuar a ler, indo para o segundo e terceiro ato cada vez mais com mais interesse.

Nesse ato inicial, o escritor deve fazer uma apresentação curta do personagem principal, do seu maior rival e do que é o conflito entre eles.

Também deve descrever como é o funcionamento do lugar onde a história se passa. Quais são as regras, os hábitos e os costumes?

Essas informações dão ao leitor uma ideia do que se vai falar e onde se vai chegar.

No primeiro ato, o escritor precisa desestabilizar o personagem principal e seu mundo e ele, o personagem principal, precisa reagir a essa desestabilização, o que se denomina em escrita criativa como “Incidente iniciante”.

Perceba que o leitor tende a se interessar se houver todos esses ingredientes.

Por exemplo, no livro “Crepúsculo”, de Stephenie Meyer, que virou uma saga muito conhecida do cinema, o primeiro ato consiste no seguinte: uma menina chamada Isabella, que nunca se apaixonou a fundo, se vê obrigada a morar com seu pai em uma cidade chamada Forks no interior dos Estados Unidos. Em meio ao conflito de morar com o pai, com quem não convivia, e de várias outras questões, como falta de habilidade física e coordenação motora, o convívio com pessoas diferentes e a cidade pequena, na qual todos se conhecem, ela descobre na escola um menino chamado Edward, que é vampiro e por quem ela se apaixona.

Veja que todos os elementos que apresentam a história estão nesse ponto. Uma menina, que nunca se apaixonou, é obrigada a viver com o pai em uma cidadezinha onde todos se conhecem. Lá, ela conhece um menino, se apaixona por ele, mas descobre que ele é um vampiro.

Feita essa apresentação dos personagens que se enfrentarão, do conflito e do lugar, é hora de partir para o segundo ato, que é confrontação do personagem principal com o vilão, e isto situa os problemas do protagonista que terão de ser resolvidos. Nesse ponto, o escritor precisa mostrar que as soluções encontradas não dão certo e acaba que o personagem principal fica cara a cara com o vilão e terão de se enfrentar.

Essa parte no livro “Crepúsculo”, é representada pelo momento em que a personagem principal passa a ser ameaçada por James, um vampiro viciado em caçadas.

James quer matar a mocinha, uma vez que não resiste ao cheiro do seu sangue, e entra em conflito com Edward. O vampiro herói decide então que vai defender a namorada.

O último ato é o ponto mais importante da história, o clímax, onde o personagem principal consegue resolver o conflito. No caso do livro “Crepúsculo”, Edward consegue ultrapassar o desafio e James é destruído.

Quando você tiver a sua trama dividida nesses três atos, é hora de dividir em capítulos.

Essa divisão leva em conta que os capítulos reúnem um conjunto de cenas.

As cenas são aquele momento em que a ação e reação transformam a situação dos personagens.

Essa é a estrutura de um livro do macro para o micro para conhecer melhor e escrever.

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