A barata e o copo

5 de agosto de 2020

A barata e o copo

Data de Publicação: 5 de agosto de 2020 16:55:00 CONCESSÕES - Nem sempre o que parece nojento realmente o é: esqueça a barata e o copo e pense nas pessoas e suas relações.

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SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Como a quem ama, o feio bonito lhe parece, o asqueroso também é alvo do amor. Mas, seja o que for, é preciso concessão, interação e satisfação. Do contrário, o feio será desprezível e o asqueroso nojento.

 

 

Uma barata grande,

desajeitada,

percorre toda a boca do copo,

melado de açúcar,

como se estivesse apaixonada

pelo doce.


Como se ele fosse

o seu amor.


O copo imóvel,

molhado pela calda,

parece que se esquece

da vida que ali se esbalda.


As lambidas secam a boca

e o açúcar desaparece.

Então aquela relação

perde a emoção.


Um tirou do outro

o que o outro tinha.

O primeiro seca, definha.

A sina do segundo

não é menos trágica.

A lâmpada mágica

se desliga.


O escuro cobre o palco.


Não há mais ardor:

o amor precisa de liga...

 

 

FIQUE SABENDO

Toda quarta-feira tem uma poesia nova neste espaço.

Imagem da Galeria Melado que envolve, gruda, segura e penetra como cola
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