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Decisão pode colocar mais pessoas em risco de contaminação. Não dá para descuidar dos cuidados no combate à pandemia. O negacionismo e a precipitação para o retorno ao normal são atentados.

A decisão de abrir os dois cemitérios de Salto no feriado de Finados, no próximo dia 2 de novembro, é um erro. Estamos vivendo ainda uma pandemia e o risco de contaminação pelo novo coronavírus continua ameaçando os cidadãos. A abertura promoverá aglomerações que deveriam ser evitadas.

A maioria das Prefeituras e a totalidade daquelas que comandam grandes cidades decidiram pelo fechamento. A decisão nesses locais se baseou no fato inescapável de que não há como evitar aglomerações em uma situação dessas. Basta ver como ficavam os cemitérios nos feriados idênticos dos anos anteriores.

A Empresa Funerária Saltense alega que afastou as celebrações religiosas dos cemitérios e que isto contribuirá para um afluxo menor de pessoas em visitação aos túmulos. Ora, não são apenas as celebrações religiosas que atraem público nesse dia: é uma tradição já as pessoas visitarem os jazigos para orar e deixar flores.

O afastamento das celebrações religiosas ameniza, mas não evita a aglomeração, infelizmente. Ainda se está permitindo o comércio de flores, velas e outros itens nas proximidades dos dois cemitérios, o que incentiva ainda mais a presença de pessoas. Não importam as regras que terão de seguir: não é suficiente.

Nem mesmo a adoção de medidas de segurança em razão do novo coronavírus, como o aviso para se evitar aglomerações, o uso obrigatório de máscaras de proteção facial e do álcool em gel, são eficazes neste caso. O ideal é eliminar a possibilidade totalmente de uma possível contaminação por causa de aglomeração maior.

O que a administração dos cemitérios poderia fazer, em vez de abrir os dois locais normalmente entre 7h e 18h no feriado, era convidar os interessados em visitar os túmulos, em razão da data, para que fizessem isto de forma escalonada: três dias antes e até três dias depois de 2 de novembro, para evitar a aglomeração.

Entende-se o desejo da população de querer prestar uma homenagem aos mortos como sempre ocorreu, mas neste momento isto não deveria acontecer. É necessário que façamos todos ações de controle, ainda que estas nos desgostem, para que possamos ter efetividade no combate ao novo coronavírus.

É o que nos resta.

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Este artigo foi publicado na seção Opinião do jornal Taperá de 24/10/2020.