SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Ninguém conseguiu passar ileso pela pandemia provocada pelo novo coronavírus. Mesmo assim, houve melhorias em vários aspectos do trabalho e da vida pessoal. Mas ainda há necessidade de adaptações.

É inegável que a pandemia provocada pelo novo coronavírus mudou a vida de todo mundo. Para alguns, houve uma alteração radical de tudo, desde a forma de viver e pensar até de trabalhar e se divertir. Para outros, não houve tanta novidade assim. Mas não há um só cidadão que passou ileso por esse processo.

A grande descoberta se deu no trabalho. Diversas empresas descobriram que vários funcionários não tinham função. A ausência deles não trouxe qualquer problema para o funcionamento dos serviços. Em outros casos, foi possível perceber que havia gente demais para fazer a mesma coisa.

No que se refere ao home office, também houve grandes descobertas. A primeira delas é que é muito mais barato deixar o funcionário em casa. Prestar os serviços de casa economiza energia elétrica, locomoção, auxílios diversos, cópias de documentos, uso de máquinas, comunicação, água e esgoto.

Só que nem todos os que ficaram em casa para trabalhar conseguiram se organizar para isso. Home office não é para todos, nem para tudo e muito menos para todo lugar. Há que se utilizar as lições aprendidas para definir rotinas. De qualquer forma, assim como no presencial, quem não render em casa, será demitido.

Não é a experiência que se pode ter com a mesma facilidade no setor público, mas houve ganhos neste também. O primeiro deles foi a economia. A Prefeitura de São Paulo estima economizar R$ 142,8 milhões por ano com o home office. No governo federal, a economia foi de R$ 1 bilhão em cinco meses apenas.

Tudo isto inspira que haja mudanças significativas daqui para frente, até por conta do alongamento da crise da pandemia. Por exemplo, há que se ter mais flexibilidade de horário, local e forma de trabalho. O cartão ponto é uma herança de tempos de produção de fábricas onde o funcionário era só um número.

Esse tempo já acabou. Não dá mais para se medir o resultado de um trabalho pelo número de horas trabalhadas ou pelas tarefas realizadas. O que conta é o que o funcionário pode trazer de efetivo para o patrão. Se conseguir fazer em menos tempo ou em casa, tanto melhor. Se precisar de mais, há que se avaliar.

A relação entre patrão e empregados não pode ser pautada por um cartão de ponto ou por fiscalização se o empregado está ou no seu local de trabalho tantas horas por dia. Em vez disso, ela deve ser levada em conta por meio dos resultados que o empregado produz para a empresa no menor tempo e no menor custo.

Uma outra descoberta de peso para o trabalho é que o rendimento da empresa melhora com a aplicação de um sistema misto entre presencial e home office. Os caminhos para o novo normal são definir como fazer essa simbiose e em que medida ela deve ser aplicada para um retorno adequado financeiramente.

Em relação ao viver, também se pode experimentar outras formas de levar a vida. O principal ganho foi afastar o estresse da ida e volta ao trabalho. A possibilidade de se aproximar mais da família e poder se programar para atividades que antes não entravam na agenda. Houve, sem dúvida, uma humanização maior.

No que consiste a diversão é talvez a parte em que a pandemia causou mais perdas. Enquanto o home office tira o convívio de trabalho e a troca de experiências e o isolamento tira a liberdade de ir e vir, em termos de lazer, houve uma retirada de quase tudo. Há necessidade, portanto, de se criar novas formas e se adaptar.

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