SEM TEMPO? ENTÃO VEJA O RESUMO

Jorge Palito é como foi batizada uma calopsita macho que veio morar em casa. Na tentativa de fazê-la cruzar, trouxemos o Alfredo Rabugento, mas ele também era macho e surpreendeu mais ainda no final.

O nome dele é Jorge Palito,

calopsita macho imodesta

que pensa que é bonito,

abrindo as asas em festa.

De fato, ele tem penugem bela,

um imponente e ereto topete

encimando a cabecinha amarela,

mas não passa de um moleque.

Faz graça com a própria voz,

acompanha a música batendo o pé

e se desmancha nada veloz

com os carinhos e o cafuné.

Antes que se enturmasse

ensinei-lhe do Palmeiras o hino

e para que eu me abismasse

decorou feito um paladino.

Todas as manhãs Jorge Palito

me acordava assoviando

e em jogos do Verdão

era grito o que fazia me animando.

Nossa amizade cresceu depressa,

todos os dias coço-lhe a cabeça

e ele fica observador à beça

quando lhe peço que obedeça.

Mas eis que surgiu o Alfredo,

outra calopsita nada doce,

para que com Jorge novo enredo

pudesse criar se fêmea fosse.

Esse Alfredo não é bonito não

Feito gancho, tem bico mais torto,

rabo comprido raspando o chão,

é ave em contínuo desconforto.

Rapidamente brigaram os dois.

Disputa dura por um espaço

e o Jorge perdeu, murchou depois:

hoje é o Alfredo o peito de aço.

Com o tempo descobri o inusitado:

não é que esse Alfredo é assim,

porque é corintiano o danado

e o Jorge não é de briga enfim.

FIQUE SABENDO

Toda quarta-feira tem uma poesia nova neste espaço.

As calopsitas retratadas aqui são animais de estimação na casa do autor há anos e têm mesmo as características relatadas.

Esta poesia integra o livro "Quase Poesia - Emoções de Um Pé Descalço que Olhou o Céu e Viu a Lua", que pode ser adquirido pelo link: https://clubedeautores.com.br/livro/quase-poesia-2